Cotidiano

Líderes da UE negociam recursos para salvar imigrantes no Mediterrâneo

As autoridades discutiam também medidas para destruir embarcações que poderiam ser usadas para o tráfico de pessoas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 23/04/2015 às 15:00

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Líderes da União Europeia começaram a comprometer novos recursos para salvar vidas no Mediterrâneo, durante um encontro de emergência após centenas de imigrantes morrerem em um espaço de poucos dias enquanto tentavam chegar ao continente. As autoridades discutiam também medidas para destruir embarcações que poderiam ser usadas para o tráfico de pessoas.

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"Em primeiro lugar, temos de salvar vidas e tomar as medidas corretas para isso", afirmou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ao chegar ao evento. No rascunho do documento final do encontro, obtido pela Associated Press, as 28 nações se comprometem a dobrar seus gastos para salvar vidas, aumentar as buscas e realizar "esforços sistemáticos para identificar, capturar e destruir embarcações antes que elas sejam usadas pelos traficantes".

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O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse que seu país contribuirá com um navio, o HMS Bulwark, e também com três helicópteros e dois navios de patrulha fronteiriça nesse esforço da UE. "Como o país na Europa com o maior orçamento de defesa, podemos fazer uma real contribuição", afirmou Cameron, acrescentando, porém, que isso não incluía receber uma parte dos refugiados.

Fontes do Exército alemão disseram à agência DPA que Berlim oferecerá algumas embarcações navais para a Itália. Bélgica e Irlanda também disseram que devem se comprometer a entregar um navio cada para esses esforços.

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O desafio é grande, com mais de 10 mil imigrantes tendo sido retirados dos mares entre a Itália e a Líbia apenas na última semana, fugindo da pobreza e dos conflitos.

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, insistiu que a Europa não deve assumir toda a resposta à crise. "Nós também pedimos à África, a fonte do problema, que assuma coletivamente sua responsabilidade", afirmou Rutte. "Da última vez que chequei a Líbia estava na África, não na Europa."

Já o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, disse que a UE não se mexeu durante décadas em suas políticas de imigração. Segundo ele, há 20 anos o Parlamento Europeu vem pedindo uma política verdadeira de asilo e imigração europeia.

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Há uma divisão continental diante da desproporção do problema, com países como Alemanha, Suécia, França e Itália lidando com um número bem maior de pedidos de asilo, enquanto muitos países do leste e do Báltico recebem muito poucos imigrantes. Cinco dos 28 países da UE lidam com quase 70% dos imigrantes que chegam a essas nações.

Cameron, duas semanas antes de uma eleição nacional em que a imigração é um tema importante, disse que o Reino Unido não estava apto a receber mais imigrantes. Segundo ele, as embarcações britânicas iriam levar os imigrantes "ao país seguro mais próximo, muito provavelmente a Itália".

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