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Cotidiano

João Doria diz que Porto de Santos será privatizado

Governador afirmou que isso deve ocorrer em dois anos e que existe o compromisso de Jair Bolsonaro

Glauco Braga

Publicado em 30/01/2019 às 07:40

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O governador João Doria garante que a privatização do Porto de Santos já está definida pelo governo do presidente Jair Bolsonaro / Nair Bueno/DL

O governador de São Paulo, João Doria, declarou ontem que o Governo Federal vai privatizar o Porto de Santos. Ele afirmou que isso deve ocorrer em dois anos e que existe o compromisso de Jair Bolsonaro. Ele esteve em um evento, com a participação de empresários, analistas e investidores.

Ele informou que esteve em Brasília para um encontro com Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, e defendeu a privatização do Porto. “Já há uma decisão do Governo Federal de privatização do Porto de Santos e com apoio bastante entusiástico do Governo de São Paulo, para que essa privatização possa ocorrer nos próximos dois anos”.

Ele disse que defendeu a privatização do porto, que é o maior da América Latina, mesmo com os resultados de exportação de tonelagem, está longe dos portos “europeus e asiáticos”. “À medida que ele for privatizado, vai melhor muito o standard internacional e isso vai melhorar muito as condições dos importadores e exportadores, diminuindo custos, melhorando eficiência e agilizando o embarque e desembarque de bens e produtos”.

O deputado federal eleito Júnior Bozzella (PSL) garante que a informação que o Governo vai privatizar o Porto não procede.

“Conversei  com o ministro da Infraestrutura e ele nesse momento descartou completamente a privatização do Porto de Santos, todos os projetos que estão sendo pautados giram em torno da descentralização do Porto de forma parcial, de acordo com as particularidades e necessidades urgentes de cada setor. Realmente as administrações dos portos brasileiros têm sérios problemas e precisam ocorrer mudanças. Mas para isso o ideal é que exista um amplo debate com toda a coletividade para avaliar quais devem ser essas mudanças, pois a prática mundial não é a privatização de administração portuária. Os maiores e melhores portos do mundo são administrados por empresas públicas, porém descentralizados, com princípios privados e nenhuma interferência política.”, disse.

A deputada eleita Rosana Valle (PSB) acha que Doria está se precipitando.

“O Porto de Santos é uma potência econômica que não pode ter o destino traçado em uma canetada . Há de se ouvir os trabalhadores, operadores portuários e todos que realmente conhecem a situação do porto. Eu pessoalmente aposto em uma gestão tripartite (Município, Estado e União) como o melhor modelo de gestão. A gestão descentralizada é a que mais deu certo nos mais eficientes portos do mundo. Além disso, o Porto tem várias problemas que tem que ser equacionadas antes que se tome qualquer medida para definir os rumos da gestão”, declarou.

O presidente do Sindicato dos Operadores Portuários Estado de São Paulo, João Almeida, evitou qualquer tipo de polêmica. “Este assunto é complexo e deve ser melhor discutido entre todos os segmentos da comunidade portuária e o Governo”.

Estiva

O presidente do Sindicato dos Estivadores, Nei da Estiva, estranhou as declarações de Doria sobre o porto. “Ele não é dono de nada para dizer que tem que vender. O porto é público, da União, do povo. Somos contrários. Ele está trocando os pés pelas mãos, pois para nós isso não faz da noite para o dia. Não está falando de uma lojinha de esquina. Nós repudiamos as declarações dele. Ele tem, sim, que  sentar com quem realmente é do setor  portuário para ouvir, colher informações e experiências de quem vive o porto há anos para poder ter conhecimento para se pronunciar. Infelizmente, para nós, ele não está indo pelo caminho certo”, disparou.

O Ministério da Infraestrutura  informou que está em discussão a realização de projetos- pilotos de desestatização de Companhias Docas. “Ainda não há uma definição fechada sobre quais serão e tão pouco o modelo a ser implementado”, informou.

Prefeitos de Santos e Guarujá apoiam o governador

O desejo que o Porto de Santos seja privatizado não deve ter resistências, pelo menos, por parte dos prefeitos de Santos e Guarujá. Ouvidos pela Reportagem, eles apoiaram as ideias do governador João Doria.

O prefeito de Guarujá, Valter Suman, não pretende criar dificuldades, caso o porto seja mesmo privatizado pelo Governo Federal. “Toda tomada de decisão do governador será acatada, principalmente referente a serviços que são ligados diretamente às cidades litorâneas, como as travessias de balsas, as estradas que ligam  região ao Planalto e os aeroportos. As ações que forem para atender em excelência a população de nossa cidade e da Baixada Santista sempre serão bem-vindos pela Municipalidade”, disse.

O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, engrossou o coro dos prefeitos felizes da região. “Todas as propostas são bem-vindas e estamos à disposição para participar do debate sobre a forma de gestão do Porto de Santos. Temos que avançar com participação tripartite, do Estado, União e Município, dentro de um modelo em que haja a profissionalização do setor, com a adoção dos mecanismos de gestão da iniciativa privada.”

Já o prefeito de Cubatão, Ademário Oliveira, passou por uma pequena cirurgia, ontem, e, de acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, estava impossibilitado de dar sua opinião sobre a privatização do Porto.

Hidrovia

Ao falar de hidrovia, o governador Doria, no evento de ontem, ressaltou que a venda criará um ponto importante para escoar a carga para outros países, como o Uruguai e Argentina. Nas rodovias, Doria destacou que 18 das 20 melhores estradas do Brasil estão no Estado de São Paulo, justamente porque foram passadas para a iniciativa privada.

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