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Greve do Metrô

Funcionários do Metrô de SP descartam greve na próxima semana

Questão foi votada em assembleia que durou cerca de 24 horas e terminou no início da noite desta quinta-feira (26)

Folhapress

Publicado em 26/10/2023 às 11:15

Atualizado em 26/10/2023 às 20:48

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Indicativo de greve foi defendido pela direção do Sindicato dos Metroviários / Rovena Rosa/Agência Brasil

Funcionários do Metrô de São Paulo descartaram cruzar os braços na próxima terça-feira (31). A questão foi votada em assembleia que durou cerca de 24 horas e terminou no início da noite desta quinta-feira (26).

A discussão sobre a possibilidade de uma nova greve foi convocada após a estatal anunciar a demissão de cinco operadores de trens por causa da paralisação surpresa de metroviários do último dia 12. O indicativo de greve foi defendido pela direção do Sindicato dos Metroviários.

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Ficou decidido que os metroviários tentariam realizar uma nova paralisação em conjunto com funcionários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp (Companhia Ambiental do Estado), como a realizada no último dia 3. A greve, de 24 horas, teve como pauta central os projetos de privatização do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Desta vez, a proposta é ter a participação de professores da rede estadual de ensino.

Ao todo, 59,4% das pessoas (1.630 metroviários) que votaram foram contra a greve no próximo dia 31. Votaram favoráveis 37,2% (1.021 trabalhadores) e houve 93 abstenções (3,4%).

Na mesma votação, 85,2% foram favoráveis a uma mobilização unificada com CPTM, Sabesp e Apeoesp (o sindicato dos professores da rede estadual)

A assembleia iniciada na quarta (25) chegou a ser interrompida por uma briga entre os funcionários. A confusão aconteceu enquanto um membro do sindicato falava ao microfone contra o protesto que ocorreu no dia 12, argumentando que qualquer paralisação deve ser aprovada em assembleia -o que não ocorreu na paralisação do feriado.

Uma funcionária demitida por participar do protesto se revoltou contra a fala e começou a gritar em direção à mesa da direção, e várias pessoas tiveram de apartar a discussão. Durante a última fala antes do encaminhamento à votação, uma nova gritaria quase interrompeu a assembleia novamente.

A discussão também deixou clara uma cisão na categoria: parte dos funcionários já defendia apenas a greve unificada com outras categorias

A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, lembrou que foi demitida em 2014 junto com cerca de 40 funcionários, após a maior greve dos últimos dez anos -a paralisação daquele ano durou cinco dias.

"Talvez tenham sido os quatro anos mais difíceis das nossas vidas [período que duraram as demissões], mas posso garantir a vocês que, com coletividade, com solidariedade, dando as mãos, a gente consegue enfrentar esse momento", disse ela.

Ao todo nove funcionários sofreram punições neste mês. Além dos cinco demitidos, um foi suspenso por 29 dias e outros três, que contam com estabilidade sindical, serão suspensos sem remuneração para serem submetidos a inquérito perante o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que segundo o Metrô vai apurar a ocorrência de falta grave e decidir sobre demissão.

Durante a assembleia, os demitidos foram à frente da plateia e receberam apoio dos colegas. O tom geral das falas durante a assembleia apoiou a unificação de pautas, no sentido de que as greves devem reivindicar tanto a readmissão de funcionários quanto o fim dos planos de privatização. Os funcionários também apoiam a unificação de agendas de paralisação com sindicatos de outras categorias de funcionários públicos.

O protesto do dia 12, feriado do Dia de Nossa Senhora Aparecida, paralisou o metrô durante três horas por causa de advertências a trabalhadores da linha 2-verde, consideradas injustas pelos metroviários.

Segundo Lisboa, as demissões são uma retaliação do governo Tarcísio aos funcionários do Metrô por causa dos movimentos contra privatizações e terceirizações. O sindicato considera que os três sindicalistas já estão demitidos e chama a atitude de intempestiva, arbitrária e antissindical.

O Metrô, por outro lado, afirmou que avalia outros casos e não descarta novas punições. A empresa estatal disse que a decisão foi baseada em provas compostas por imagens, áudios e relatórios que indicaram a conduta irregular dos nove profissionais.

"A direção da companhia avaliou que a paralisação atendeu apenas a interesses privados e descumpriu a legislação por ter sido implementada sem aviso prévio e sem qualquer autorização neste sentido pela assembleia da categoria dos metroviários", disse a companhia, em nota divulgada na terça (24).

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