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Cotidiano

Comerciantes de Itanhaém se posicionam contra pedágio

Objetivo é proteger o comércio e a população dos impactos negativos a serem gerados pela cobrança do pedágio

Nayara Martins

Publicado em 17/07/2021 às 07:00

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A proposta da Artesp é instalar uma praça de pedágio no km 326,3 da rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Itanhaém / Nair Bueno/DL

A Associação Comercial de Itanhaém (Acai) lançou um manifesto, nesta semana, nas redes sociais contra a praça de pedágio prevista para ser instalada no município. A medida está prevista no plano de concessão do Lote Rodovias do Litoral Paulista, da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), do Governo do Estado.

O objetivo, segundo o presidente da Associação Comercial de Itanhaém, Roberto Campos, é proteger o comércio local, trabalhadores, moradores e turistas que serão impactados negativamente com a instalação da praça de pedágio.

Afirma que o manifesto será enviado ao Ministério Público e ao Governo do Estado para serem tomadas as devidas providências. Na sua opinião, o primeiro grande impacto será dividir uma cidade onde mais de 70% da população e do comércio estão localizados do lado morro.

"O fechamento da maioria dos acessos da rodovia para as marginais e a cobrança do pedágio para utilizar a rodovia no trecho do município poderá restringir e desestimular o acesso ao comércio",
esclarece.

Segundo Campos, o morador e o comerciante serão altamente impactados de forma negativa com o aumento de circulação, terão prejuízos com o desgaste de veículos e o custo com combustível, além do custo adicional para acessar a rodovia.

"Além disso, as avenidas e as ruas da cidade não estão preparadas para o aumento significativo do fluxo de veículos de moradores e turistas que vão fugir desse custo. Vamos ter um grande acréscimo no custo de manutenção das vias de circulação".

Completa ainda "somos uma cidade de 489 anos e que carece de investimentos em infraestrutura. A renda per capita da população é uma das menores do Estado, não é possível absorver mais esse custo sem prejudicar o crescimento e o desenvolvimento econômico da Cidade".

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TURISMO.

Para Campos, o setor turístico também será afetado, de maneira indireta, pois com o impacto negativo no crescimento econômico, a cidade perderá a sua capacidade atrativa em oferecer serviços de
qualidade.

"Uma cidade para ser forte e atrativa precisa cuidar de seu povo e de sua economia. Quanto mais carente é a população maiores serão os problemas sociais e isso afasta o turista que busca lazer e entretenimento", avalia.

O manifesto, segundo o presidente da Acai, vai permanecer nas redes sociais até a Cidade conseguir impedir a instalação do pedágio e continuará se vier a ser instalado. A expectativa é mobilizar toda a população para intervir contra.

A ação tem o apoio de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Itanhaém, o Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e outras entidades representativas da Cidade.

Para ter acesso ao link do manifesto, as pessoas podem acessar o link http://chng.it/4gzKQfnX9D.

SEM DISCUSSÃO.

Campos argumenta que a Artesp e o Governo do Estado têm a obrigação de esclarecer quais os estudos que foram realizados e justificam o pedágio. "A contrapartida é ridícula em razão ao dano que será causado ao município e são muitas as razões que não estão sendo respeitadas. Por que escolheram Itanhaém?", questiona.

Lembra ainda que essa rodovia foi recapeada, recentemente, com recursos do IPVA alto que os usuários pagam. E que estão desconsiderando uma cidade histórica sem ouvir e discutir ponto a ponto com a população, já que a audiência pública não foi realizada.

O Diário do Litoral já havia publicado reportagem sobre os vereadores de Itanhaém que não conseguem marcar uma reunião com a Artesp para ter informações sobre o pedágio, no dia 5 deste mês.

Na reportagem, a Artesp informou que o processo de concessão do Lote Litoral Paulista foi lançado no dia 14 de maio. Mas que o processo licitatório ainda está em fase inicial, e não há definição sobre a concessionária responsável pela rodovia Padre Manoel da Nóbrega e nem sobre o valor e a data de início de cobrança dos pedágios nas estradas do lote Rodovias do Litoral.

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