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Debates Contemporâneos

O impacto da Educação Financeira nas escolas

Falar sobre dinheiro ainda é um tabu na sociedade brasileira. Nós não gostamos de revelar nossos salários, não planejamos nossas finanças visando o longo prazo, carecemos de conhecimento sobre economia básica e, por consequência, transmitimos de geração em geração a mentalidade do "deixa a vida me levar" ou do simples "quem guarda tem". Tudo isso ocorre pois não possuímos conhecimento sobre como gerir de maneira responsável e eficaz o dinheiro que tanto suamos para obter. Como resultado, o mais recente levantamento da Serasa, com dados de março de 2023, indica que a inadimplência no Brasil segue crescendo, mas com desaceleração. Com um aumento de 180 mil pessoas, o indicador de inadimplência aponta 70,71 milhões de brasileiros com o nome restrito.

De acordo com o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), o Brasil é o quarto pior país entre 20 que fazem parte da OCDE quando se trata de conhecimento e entendimento dos conceitos de finanças pelos jovens. Mas a boa notícia é que esse cenário tem solução, para isso precisaremos romper paradigmas e desmentir as fakenews sobre a inclusão de educação financeira nas escolas. Afinal, assim como dentro das casas dos brasileiros, a inclusão de educação financeira nas escolas também é um tabu entre tomadores de decisão no Poder Público que carregam um discurso desinformado e ideológico.

O primeiro passo é desconstruir o mito de que a educação financeira é destinada apenas aos filhos de famílias ricas “que têm dinheiro para investir”. A partir do momento em que proporcionamos aos estudantes uma base sólida de conhecimentos financeiros desde cedo, estaremos capacitando a próxima geração a tomar decisões informadas e conscientes sobre suas finanças. O currículo de educação financeira vai muito além de investir em ativos de alto rendimento, como pensam os detratores da proposta. A disciplina pode abranger tópicos como orçamentação, poupança, juros, crédito responsável e até mesmo empreendedorismo. Dessa forma, os alunos estarão mais bem preparados para enfrentar os desafios econômicos do mundo real.

A introdução da educação financeira nas escolas não apenas beneficia os alunos, mas também cria um impacto positivo que se estende às famílias. Ao aprenderem conceitos sólidos de gestão de dinheiro, os estudantes não apenas aplicam essas habilidades em suas próprias vidas, mas também podem se tornar agentes de mudança no ambiente familiar. A pesquisa Finanças Infantis 2021, da Serasa, sobre os hábitos dos pais e mães em relação a finanças e seus filhos, revelou que nem sempre os pais conseguem colocar em prática os ensinamentos que tentam transmitir aos filhos. 85% dos pais e mães entrevistados afirmaram que ensinam aos filhos a importância de ter uma vida financeira saudável, mas cerca de 67% já tiveram o nome sujo e 66% já atrasaram o pagamento de contas básicas.
    
68% dos pais e mães consideram a escola como fundamental para ensinar os filhos sobre educação financeira e 65% acreditam que a Internet também é um canal importante. Apesar disso, 56% dos pais e mães disseram que a escola não ensina educação financeira aos filhos. À medida que compartilham conhecimentos sobre orçamento, economia, investimentos e dívidas, os alunos podem influenciar os pais a adotarem práticas financeiras mais saudáveis. Essa influência de baixo para cima é um caminho eficaz.

Educação financeira nas escolas é sinônimo de liberdade e independência! Quando capacitamos os jovens com conhecimentos sólidos sobre como gerenciar dinheiro, investir sabiamente e evitar armadilhas financeiras, estamos criando uma base para um Brasil mais estável e próspero. Os benefícios vão além das fronteiras das salas de aula, cria-se um ciclo virtuoso de conscientização financeira e de planejamento de futuro.

*Cris Monteiro é vereadora em São Paulo

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