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Vereador retira pedido de CPI contra padre Júlio: 'Sou um admirador'

O vereador Sidney Cruz (Solidariedade) foi um dos quatro parlamentares da Câmara Municipal de São Paulo que solicitaram a retirada do nome do pedido de abertura da CPI das ONGs, que pretende investigar a atuação do padre Júlio Lancellotti na região da cracolândia. Ele disse que o documento não citava em nenhum momento o nome do religioso (de fato, não havia qualquer menção), e que se tivesse não assinaria de forma alguma. “Liguei para o padre Júlio há pouco para esclarecer que não assinei CPI para investigá-lo. Sou, como muitos brasileiros, um admirador do trabalho realizado pelo padre Júlio Lancellotti”, explicou o parlamentar à coluna, na manhã desta sexta-feira. O político também disse que respeita o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), articulador da CPI, mas que nunca compactuaria com uma ação dessas. “Não me vejo dentro desse contexto. Estou vivendo um pesadelo”, completou Cruz.  São necessários 28 votos dos 55 vereadores da Casa para que a CPI seja criada.

A CPI de Rubinho

Para Rubinho Nunes, parte das ONGs que atua na região age como "uma máfia da miséria", e por isso deve ser investigada pela Câmara. Em entrevista à coluna na quarta (3), o parlamentar ainda usou o termo “cafetão da miséria” para se referir ao padre Júlio Lancellotti. Rubinho foi um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), mas deixou o grupo liberal em 2022 para, em suas palavras, apoiar a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), já que o MBL se opunha a Bolsonaro.

‘Obsceno’

O pedido de CPI contra padre Júlio causou nesta semana uma onda de solidariedade ao religioso, conhecido pelo trabalho de acolhimento e alimentação com sem-teto e dependentes químicos em São Paulo. “É simplesmente um absurdo e obsceno que a Câmara instale uma CPI para perseguir o padre Júlio Lancelotti”, escreveu a deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

Investigação

Os vereadores Luna Zarattini e Hélio Rodrigues (ambos do PT) denunciaram Rubinho na Corregedoria da Câmara, em dezembro, por uma suposta perseguição contra o religioso. "Não é razoável que um vereador que foi eleito para representar os munícipes da cidade de São Paulo persiga e ofenda um padre que faz um trabalho reconhecido de socorro e acolhimento à população em situação de rua no Centro de São Paulo", disse Luna, em dezembro.

Ano eleitoral

Há uma análise de que a investigação vai ganhar contornos eleitorais, pela proximidade do padre com Guilherme Boulos (PSOL), deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, e com o presidente Lula (PT). O União Brasil deve apoiar a reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), mas o deputado federal Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL, pretende concorrer ao cargo pela legenda. Kim não se pronunciou sobre o caso do padre Júlio pelas redes sociais.

Foto: Afonso Braga/CMSP

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