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Reformas na economia são necessárias para reduzir juros estruturais, diz BC

Essa taxa, destacou, depende de fatores como perspectivas para política fiscal, produtividade, melhor ambiente de negócios e redução do crédito subsidiado

Folhapress

Publicado em 02/03/2017 às 14:00

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Diante da expectativa de uma inflação abaixo de 4,5% em 2017, o Banco Central decidiu na semana passada por um novo corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros / Divulgação

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) voltou a indicar um possível aumento no ritmo de corte da taxa básica, mas afirmou em ata, divulgada nesta quinta-feira (2), que a condução da política econômica pelo governo, com aprovação de reformas fiscais e outros ajustes, são fundamentais para o que chama de redução da "taxa de juros estrutural".

Essa taxa, destacou, depende de fatores como perspectivas para política fiscal, produtividade, melhor ambiente de negócios e redução do crédito subsidiado.

"[As estimativas para esses fatores] invariavelmente envolvem elevado grau de incerteza. Por essa razão, avaliações sobre a taxa de juros estrutural da economia necessariamente envolvem julgamento", declarou o Copom. "O Comitê julga que o redirecionamento da política econômica pelo governo, com aprovação e implementação das reformas fiscais, notadamente a reforma da previdência, além de outras reformas e ajustes necessários na economia, pode produzir uma queda da taxa de juros estrutural da economia brasileira".

Diante da expectativa de uma inflação abaixo de 4,5% em 2017, o Banco Central decidiu na semana passada por um novo corte de 0,75 ponto na taxa básica de juros, para 12,25% ao ano.

Riscos

Na ata desta quinta, o Copom diz ainda que a economia brasileira possui hoje uma capacidade maior de absorver eventuais riscos de um cenário internacional que permanece incerto, como a política econômica de Donald Trump, nos EUA, e a economia da China.

"A economia brasileira apresenta hoje uma maior capacidade de absorver eventual revés no cenário internacional, devido ao progresso no processo desinflacionário e na ancoragem das expectativas".

No documento, o BC afirmou também que os riscos atuais para a economia "parecem mais equilibrados do que nos últimos meses de 2016". "Entretanto, os desafios para a retomada da atividade econômica permanecem, e o Comitê avalia que a recuperação da economia ao longo de 2017 deverá ser gradual".

Foi o segundo corte dessa proporção desde que o BC começou o ciclo de redução da taxa básica, em outubro.

O BC destacou na ata da reunião que cortes maiores significam maior antecipação do ciclo de redução de juros. "Os membros do Comitê debateram os próximos passos e manifestaram preferência por manter maior grau de liberdade quanto às decisões futuras, a serem tomadas em função da evolução do cenário básico do Copom e dos fatores de riscos apontados acima".

Mais forte

No comunicado da decisão, na semana passada, o Copom já havia falado sobre a possibilidade de um ritmo mais forte de cortes da taxa. Para analistas, o fato de o Copom ter citado a possibilidade de um corte de um ponto percentual nas próximas reuniões indica que a intensificação não é mais uma hipótese desprezível.

A avaliação é que o cenário doméstico é favorável para o corte mais intenso dos juros: atividade econômica muito fraca e safras generosas, que jogam para baixo os preços dos alimentos no mercado interno.

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