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Brasil

JN culpa Bolsonaro pelas mais de 100 mil mortes de brasileiros por Covid-19

Apresentador usou o artigo 196 da Constituição Federal para insinuar que atual governo não está protegendo a vida dos brasileiros

Da Reportagem

Publicado em 09/08/2020 às 14:18

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William Bonner e Renata Vasconcellos na bancada do Jornal Nacional. / Divulgação

O jornalista William Bonner usou um tom mais duro no Jornal Nacional desse sábado (08) para falar dos mais de 100 mil brasileiros mortos pela Covid-19. Usando o artigo 196 da Constituição Federal como base de seu comentário, o apresentador disse que Bolsonaro e o seu governo não estão adotando medidas para controlar a pandemia. "Todo cidadão brasileiro tem direito à saúde. E todos os governantes brasileiros têm a obrigação de proporcionar para os cidadãos esse direito. As ações dos governantes precisam ter como objetivo diminuir o risco de a população ficar doente. E não somos nós que estamos dizendo isso. É a Constituição brasileira que todas as autoridades juraram respeitar. Está registrado no artigo 196.", disparou.

O tradicional telejornal seguiu o primeiro bloco afirmando que Bolsonaro não concordou com os últimos ministros da saúde por eles seguirem o que diz a ciência. "Mas o Brasil está há 12 semanas sem um ministro da saúde titular. São 85 dias desde 15 de maio. Dois médicos de formação deixaram o cargo porque pretendiam seguir a orientação da ciência. E o presidente Bolsonaro não concordou com essa postura.", disse Renata Vasconcellos.

Além disso Bonner lembrou frases e declarações polêmicas do presidente da república durante a pandemia, afirmando que Bolsonaro menosprezou os riscos da doença. "Primeiro, o presidente menosprezou a covid. Chamou de 'gripezinha'. Depois, quando um repórter pediu que ele falasse sobre o número alto de mortes, Bolsonaro disse que não era coveiro. Disse duas vezes: 'não sou coveiro'. Quando os óbitos chegaram a 5 mil, a resposta dele a um repórter foi: 'E daí?' Agora o presidente repete que a pandemia é uma chuva e que todos vão se molhar. Ou que a morte é o destino de todos nós e que temos que enfrentar. Como se fosse uma questão de coragem, como se nada pudesse ter sido feito", comentou o âncora.

O isolamento social também foi abordado pela dupla. O comportamento do presidente da república - menosprezando as medidas restritivas e encorajando as pessoas a saírem para as ruas - foi lembrado em outra declaração de Bonner. "Os brasileiros viam o presidente criticar essa iniciativa diariamente, na contramão do bom senso daqueles governadores que a defendiam. O resultado disso foram a confusão e a perplexidade de muitos cidadãos que ficaram sem saber em que acreditar. E o isolamento capenga, insuficiente para atingir plenamente o seu objetivo".

Próximo de finalizar o editorial dentro do bloco, Renata voltou a falar da Constituição e disse que ninguém está acima da lei. "Nós já mostramos o que diz o artigo 196: é dever das autoridades que governam o país implementar políticas que visem a reduzir riscos de doenças. E a pergunta que se impõe é: o presidente da República cumpriu esse dever? Entre governadores e prefeitos, quem cumpriu? Quem não cumpriu? Mais cedo ou mais tarde o Brasil vai precisar de respostas pra essas perguntas. É assim nas democracias e nas repúblicas: todos temos direitos e deveres. E onde ninguém está acima da lei.", finalizou.

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