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Praia Grande

Praia Grande terá plataforma logística com 17 mil vagas de emprego

Após onze anos, perspectiva é que o Complexo Empresarial Andaraguá comece a ser erguido neste semestre.

Rafaella Martinez

Publicado em 27/01/2019 às 10:26

Atualizado em 30/01/2019 às 15:59

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André Ursini, CEO do Complexo Empresarial Andaraguá. / Nair Bueno/DL

A partir de março as audiências públicas que visam a instalação do Complexo Empresarial Andaraguá deverão ser retomadas em Praia Grande. Após onze anos, a perspectiva é que o projeto da plataforma logística comece finalmente a ser erguido ainda no primeiro semestre, absorvendo a mão de obra local e promovendo desde já parte da ambiciosa geração de emprego prevista pelo prefeito Alberto Mourão no município: 17 mil nos próximos dez anos.

Para conversar sobre a perspectiva de crescimento regional e os impactos da obra, o Diário conversou com André Ursini, CEO do Complexo Empresarial Andaraguá. Confira a entrevista exclusiva.

Diário do Litoral – O que é o Andaraguá? 
André Ursini - As pessoas costumam dizer que é o aeroporto de Praia Grande, mas na verdade ele é uma plataforma logística que integra os modais rodoviário, ferroviário – pois a linha férrea que desce a serra e vai para o Porto de Santos passa pelo nosso terreno – aéreo e o marítimo, pois estou a 17km do Porto de Santos. Ele então é uma plataforma logística dotada de um modal aéreo. Na minha aprovação posso operar aviação geral, que é tudo menos passageiros. A ideia é evitar com que a matéria-prima que chega ao Porto de Santos vá para o interior ou São Paulo Capital para virar produto e voltar ao Porto para ser exportada. Queremos que essa economia fique na Baixada, gere emprego e que a região volte a ter um cenário forte de produção.

Diário do Litoral – O que está previsto dentro do Andaraguá? 
André Ursini - Teremos área logística, torre comercial, torre de hotel, área com 87 lojas e a Fundação Andaraguá, que será a responsável pela qualificação. Lá terão Centro de Pesquisa de Tecnologia e Centro de Pesquisa de Meio ambiente. Ela é baseada no mesmo princípio que aconteceu no Vale do Silício, que é trabalhar com as três hélices: universidade, empresa e recurso. Vamos qualificar mão de obra, dar oportunidade para o pequeno empreendedor, criar agencia de fomento, desenvolvimento e startups. Ela é totalmente voltada para o desenvolvimento econômico da Baixada Santista.

Diário do Litoral – O projeto atende a demanda de preservação ambiental? 
André Ursini – Faremos mais de 2 quilômetros de via marginal que passará pelo empreendimento. Lá também funcionará o Parque da Biodiversidade, que será a preservação de 70% da nossa área e a ideia é criar a figura do guarda de parque, que faça trilhas guiadas e visitas ecológicas, em parceria com a Prefeitura de Praia Grande. Nossa energia também será limpa, fotovoltaica. Vamos gerar 80 megas, sendo que o empreendimento consumirá 40. 90% da água será reutilizada na Estação de Tratamento de Efluentes que existirá dentro do complexo. Além disso, carros elétricos estarão disponíveis dentro do empreendimento. 

Diário do Litoral – Para quando o senhor prevê o início das obras? 
André Ursini – Acredito que até o fim do primeiro semestre deste ano. Com a autorização a obra começa no dia seguinte. A obra é enorme e fizemos um estudo de demanda que concluiu que a cada dois anos entregaremos uma fase, sendo que no total serão cinco. A primeira será a pista do aeroporto e mais ou menos 250 mil metros de galpões e a cada dois anos faço uma nova fase com 200 mil metros de galpões. O funcionamento será a partir da primeira fase, que tem 30 meses por conta da infraestrutura e as outras a cada 24 meses vamos implantando. É um projeto de implantação total de 10 anos.

Diário do Litoral – Qual a perspectiva de abertura de postos de trabalho? 
André Ursini – No início falávamos em 15 mil, agora já são 17 mil. Isso porque ele é um projeto vivo e o mercado vem sofrendo transformações. A gente imagina que daqui dez anos muita coisa mudará. 

Diário do Litoral – Além da geração de empregos, quais outros impactos o projeto trará para a Baixada Santista?
André Ursini – Com essa quantidade de empregos, o desenvolvimento será regional, mas temos um compromisso com a cidade de Praia Grande de absorver muito da mão de obra local. Iremos qualificar moradores especificamente para cada seguimento de trabalho. Acredito que a Padre Manoel seja o Rodoanel da Baixada, pois por ele é possível cruzar os nove municípios sem passar por dentro de nenhuma cidade. O eixo de desenvolvimento econômico da região está nesse lugar, pois é onde existem áreas disponíveis para isso. Se você pegar o PIB da Baixada, 72% está em três municípios apenas: Guarujá, Santos e Cubatão, em razão do Porto. Os outros cinco respondem por apenas 25% e Bertioga apenas 3%. Com o Andaraguá vamos aumentar em 20% o PIB dessas cinco cidades. O impacto econômico é extraordinário. Faremos uma transformação principalmente nos municípios do Litoral Sul a partir de São Vicente. 

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