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Economia

Sudeste puxa inadimplência de empresas, mostra SPC Brasil

A alta da inadimplência ocorreu devido à revogação de uma lei no estado de São Paulo que exigia por parte dos credores o envio de uma carta com Aviso de Recebimento, antes de efetivar o registro de atraso

Agência Brasil

Publicado em 27/04/2018 às 15:44

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De fevereiro para março, houve leve alta de 2,36% nas dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas / Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas

A inadimplências de empresas registradas nos cadastros de devedores cresceu 8,92% em março de 2018, na comparação com o mesmo mês do ano passado. O aumento ocorreu principalmente com empresa na Região Sudeste, com alta de 15,26% na comparação anual. As demais regiões também apontaram crescimento, porém com índices menores: 3,56% no Sul; 2,35% no Centro-Oeste; 2,33% no Nordeste e 1,23% no Norte. Os dados foram apurados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Além disso, de fevereiro para março, houve leve alta de 2,36% nas dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas.

Os técnicos do SPC Brasil argumentam que a alta expressiva da inadimplência na Região Sudeste foi um fenômeno localizado, que ocorreu devido à revogação de uma lei no estado de São Paulo que exigia por parte dos credores o envio de uma carta com Aviso de Recebimento (AR), antes de efetivar o registro de atraso. "Com o fim da lei, que burocratizava e tornava mais caro o processo de registrar uma dívida no banco de dados, muitas das negativações represadas entraram na base de dados de forma mais abrupta, contribuindo para um aumento da inadimplência não apenas na Região Sudeste, mas também no Brasil como um todo”, explicou, em nota, a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Dívidas em atraso

A pesquisa também apontou um crescimento de 7,47% na comparação anual com as dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas. O Sudeste puxou o crescimento com variação de 14,45% no período. Na comparação mensal, na passagem de fevereiro para março, a variação positiva foi de 2,40%.

Entre os segmentos devedores, a alta mais expressiva ficou com o ramo de serviços, que apresentou crescimento de 12,64%. Em seguida, aparecem o comércio (6,12%), a indústria (5,57%) e a agricultura (3,82%).

Considerando os setores credores, ou seja, apenas as empresas que deixaram de receber por uma dívida, o ramo de serviços também lidera, com alta de 9,29% em março. Em seguida, aparecem as indústrias (6,75%), acompanhadas das empresas do comércio (3,02%). O único ramo a apresentar recuo foi a agricultura, cuja queda foi de 3,88% no período. De modo geral, cada empresário inadimplente detêm duas dívidas registradas no banco de devedores, e 70% de todas as pendências são com o setor de serviços, que inclui instituições financeiras.

O Indicador de Recuperação de Crédito mostrou que, em março de 2018, o número de empresas que conseguiram recuperar crédito no acumulado dos últimos 12 meses apresentou queda de 0,79%. Apesar do recuo na quitação de dívidas, as quedas já foram maiores em períodos mais agudos da crise, chegando a -8,16% em setembro de 2016.

Dados mostram ainda que do total de empresas que saíram do cadastro de devedores mediante pagamento a maior parte (45%) é do setor de comércio, 42% atuam no setor de serviços e 9% estão no ramo da Indústria.

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