Uma ’25 de março’ no coração de São Vicente

Início da tarde de uma segunda-feira nublada antes do quinto dia útil. Mas, para o comércio vicentino, parece ser um final de semana pós-pagamento. O vai e vem de pessoas no maior centro de compras da Baixada Santista não para e, desde ontem, ficou ainda mais forte com a ampliação do horário de funcionamento das lojas de rua. Se antes as portas eram abaixadas às 19h, agora quem passar pelo Centro encontra uma vasta oferta de produtos até às 22h.

Oportunidade para fazer as compras de Natal após o final do expediente ou para tomar um sorvete de máquina feito no capricho pelo senhor José Zezilian na movimentada Martim Afonso. “A gente espera que o movimento cresça e que no meio das compras as pessoas parem para comer um docinho”, conta aos risos o comerciante, instalado em frente a uma das novas lojas inauguradas na via.

O ‘formigueiro humano’ ocupa as calçadas e parte do espaço destinado aos veículos também. Ambulantes vendem perfumes embalados em bandejas de isopor improvisadas, chips para celulares, compram ouro e comercializam novidades tecnológicas por um valor mais em conta. “Controle remoto para você jogar no smartphone, última geração moça”, aborda um vendedor ambulante mostrando o acessório inovador.

Moradora há mais de 50 anos da cidade, dona Fátima Gomes já está habituada com o movimento. “Na semana que vem já não vai mais dar para andar por aqui. Gente de tudo quanto é lugar gastando o 13º todo. Mas isso é muito bom, pois gera emprego né? E com o comércio aberto até mais tarde é melhor ainda, que dá para passear com a família”, conta.

Apesar de ser ‘oficializado’ a partir dessa semana, a ampliação de horário no comércio vicentino já é comum em datas comemorativas e aos finais de semana, dias de maior movimento. “No sábado já fomos até quase 22h quando na verdade costumamos fechar às 20h”, conta a gerente de uma loja de artigos para a casa que preferiu não se identificar.

Comércio aquecido

Uma pesquisa da Associação Comercial de São Vicente (ACIESV) apontou que 33,3% dos entrevistados espera gastar entre R$ 201,00 e R$ 350,00, enquanto 27,8% planeja ainda ir além dessa faixa. Os vestuários lideram a intenção de compra por mais um ano com 61%, seguido por calçados (45%), perfumes e cosméticos (31%) e os brinquedos (22%).

Para 78%, o fator que determinará em que loja esse valor será gastado será o bom atendimento. Facilidade no pagamento (61%) e variedade de produtos (55,6%) vêm logo atrás.

“Os números mostram que a loja que investir em promoções para produtos de qualidade e na capacitação de sua equipe de vendas vai se destacar no período de fim de ano”, comentou a presidente da entidade vicentina, Regina do Carmo.

Outro resultado interessante foi sobre a forma de pagamento. As quatro opções ficaram praticamente empatadas: dinheiro e cartão de crédito (27,8% cada), cartão de débito e ainda não decidiram (22,2% cada). “Dessa forma, o comerciante que souber dar vantagens no pagamento à vista terá maior chance de vender mais”, salienta a presidente.