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Cotidiano

Transporte coletivo ainda está longe de ser integrado na Baixada Santista

Maioria das prefeituras não iniciou conversa com a EMTU para parceria nos sistemas

Publicado em 24/01/2016 às 10:00

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Integração entre os ônibus municipais e intermunicipais beneficiaria a população / Matheus Tagé/DL

A integração dos sistemas municipais e intermunicipal de transportes está longe de se tornar realidade na Região Metropolitana da Baixada Santista. Segundo a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), a integração está prevista até dezembro deste ano. No entanto, em contato com as prefeituras, o Diário do Litoral apurou que, dos nove municípios, apenas um já possui o convênio. O restante não iniciou as tratativas para a parceria ou aguarda o avanço das negociações com a estatal.

Em julho do ano passado, a EMTU assinou contrato de Parceria Público Privada (PPP) com o Consórcio BR Mobilidade Baixada Santista, concedendo a operação do Sistema Integrado Metropolitano, que contempla as linhas metropolitanas regulares de ônibus e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), incluindo a expansão dos serviços em toda a Região. A concessão também prevê o fornecimento de equipamentos e sistemas de controle operacional de veículos – ônibus e VLTs - e a implantação de bilhetagem eletrônica.

Santos, município por onde o VLT passa, informou que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem estudos em andamento visando a futura integração dos coletivos municipais com o VLT, porém depende de definições da EMTU.  Segundo a Administração Municipal, o assunto vem sendo analisado em conjunto com a empresa, uma vez que a integração nos ônibus de Santos será consequência da realizada no sistema coletivo intermunicipal.

Ainda de acordo com a Prefeitura, no Município haverá integração temporal e tarifária, que permitirá que o passageiro, utilizando o Cartão Transporte, desembarque em qualquer ponto de parada e mude de ônibus, dentro de um determinado período, sem precisar pagar outra passagem (independentemente de utilizar o VLT). A Administração Municipal não informou quando esse novo sistema vai entrar em vigor.

A Prefeitura de São Vicente, que também conta com o VLT, foi questionada sobre a integração do sistema municipal com o intermunicipal, mas até o fechamento desta edição não encaminhou resposta.

Sem VLT

Se a integração ainda caminha a passos lentos nos municípios com o VLT, nas outras cidades a situação é a mesma ou pior. Cubatão, por exemplo, informou que “não há na cidade lei ou convênio referente à permissão da integração do sistema municipal com o intermunicipal”.  

A situação é a mesma em Mongaguá. Segundo o Departamento Jurídico da Prefeitura não há tratativas em curso junto à EMTU acerca da integração de sistemas de transportes. O Município não conta com integração municipal.

EMTU afirma que até setembro entregará todas as estações da primeira fase do VLT (Foto: Matheus Tagé/DL)

Em Itanhaém, o sistema municipal de transporte também não permite integração com o sistema intermunicipal de transporte.  Segundo a Prefeitura, um processo licitatório está em andamento para a contratação de uma nova empresa de transporte público, que, entre as exigências, está a implantação do Bilhete Único Municipal.

A Prefeitura de Guarujá informou que ainda não existe um sistema de integração intermunicipal com a EMTU na Cidade. Segundo a Administração, há intenção de iniciar um sistema de integração municipal e intermunicipal com a nova concessão do transporte público, mas ainda necessita avançar em diversas tratativas e por isso não há prazo para ser iniciada.

 A Cidade já possui um sistema de integração temporal em seu transporte público, onde o usuário pode pegar até três linhas diferentes em um intervalo de 1h30 pagando apenas uma passagem. Este sistema é válido para as pessoas que possuem o cartão de transporte.

A Prefeitura de Bertioga informou que está buscando a renovação do convênio com a EMTU para a integração do sistema municipal com o sistema intermunicipal. A Administração disse que está implantando nos bairros o Sistema Integrado de Transporte (SIT), que inclui linhas alimentadoras no transporte público municipal.

Praia Grande é o único município da Região que conta com integração do sistema municipal com o intermunicipal. Segundo a Prefeitura, a ação possibilita que a pessoa pegue dois ônibus, pagando um valor mais baixo utilizando o cartão transporte dentro dos terminais rodoviários Tude Bastos e Tatico. O sistema de integração pode ser realizado também em qualquer ponto da Cidade dentro do período de 1 hora desde o primeiro embarque.

A Prefeitura de Peruíbe não se manifestou até o fechamento desta edição.

Dificuldades

A auxiliar de escritório Maria Aparecida de Oliveira enfrenta dificuldades com a falta de integração dos transportes municipal e intermunicipal. A moradora da Área Continental de São Vicente trabalha no Centro de Santos, porém, o local onde mora não conta com linha intermunicipal que faça esse trajeto. Para ir e voltar do serviço ela utiliza quatro conduções (duas municipais e duas intermunicipal) e gasta, por dia, R$14,30.

“Tiro do meu bolso a passagem da lotação, porque o Vale Transporte é do ônibus intermunicipal. A passagem já é cara e ainda ter que pagar outra fica mais difícil. A distância entre São Vicente e Santos não é tão grande”, disse a auxiliar de escritório.

EMTU diz que até setembro primeira fase do VLT será entregue

O VLT funciona em Operação Assistida até o próximo dia 31. Ainda em obras, o modal leva o passageiro da Estação Mascarenhas de Moraes, em São Vicente, até a Estação Pinheiro Machado, em Santos. A partir do dia 1° de fevereiro, haverá cobrança de tarifa e o transporte funcionará das 9h às 16h.

As obras do VLT caminham lentamente, no entanto a EMTU afirma que até setembro espera entregar as cinco últimas estações da primeira fase do VLT da Baixada Santista, ligando o Terminal Barreiros ao Terminal Porto. A EMTU informou que, simultaneamente trabalha na conclusão do projeto da segunda etapa do VLT, que vai ligar a Estação Porto ao Terminal Valongo, no Centro Histórico de Santos, com 14 estações e que tem previsão de início de obras no final de 2016.

Ainda de acordo com a EMTU, quando o primeiro trecho do VLT estiver concluído, o Consórcio deve apresentar um plano de racionalização e reorganização do sistema, que permita a integração física e tarifária entre as linhas metropolitanas e o VLT.

Bilhete Único na Capital

Em São Paulo, com o cartão do Bilhete Único, o passageiro pode pegar até quatro ônibus com o pagamento de apenas uma passagem, e de cotas de tempo (mensal, semanal e 24 horas – diária). O sistema integra as linhas de ônibus, metrô e trens da CPTM. Quando o passageiro troca de modal, o validador desconta a diferença entre as tarifas, no período de até duas horas. A integração só dos ônibus custa R$3,80 e é válida por três horas. Ônibus e metrô ou trem R$ 5,92.

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