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Cotidiano

Prefeitura de São Vicente garante que trajeto da tocha ficará limpo

Calçadas e praças do Centro estão repletas de lixo; chama olímpica passa amanhã

Folhapress

Publicado em 21/07/2016 às 08:00

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Na Praça Barão do Rio Branco, o lixo está espalhado pelos jardins / Rodrigo Montaldi/DL

A Prefeitura de São Vicente garante que o trajeto por onde passará a tocha olímpica amanhã (22) estará limpo. O Diário do Litoral percorreu o caminho ontem e não observou detritos espalhados. Com a greve dos trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), que já completou mais de 20 dias, as ruas e praças da cidade, especialmente do Centro, estão repletas de lixo. A insatisfação dos munícipes é grande.

“Nasci em São Vicente há 30 anos e nunca vi uma situação como essa. A palavra do momento é vergonha. O Centro de São Vicente, o melhor para se fazer compras na Baixada Santista, está desse jeito. A gente apoia os trabalhadores da Codesavi, pois estão sem receber. O povo também aproveita, mas as lixeiras estão abarrotadas ou quebradas e não tem mais onde jogar o lixo”, disse Elaine Rodrigues Dias, moradora do Jardim Irmã Dolores, na Área Continental.

A balconista estava sentada junto com as filhas em um banco da Praça Barão do Rio Branco quando foi abordada pela Reportagem. Ao lado delas, no jardim, muito lixo espalhado. “A gente fica envergonhado de um evento como esse, a passagem da tocha, que é internacional, mostrar a primeira cidade do Brasil nesta situação”, afirmou.

A aposentada Ana Lucia Silva Gaido, moradora da Vila Margarida, disse que onde mora a situação não está pior porque os moradores se mobilizam. “Tive que pagar particular para levar o lixo que estava amontoado. Os moradores ainda varrem suas calçadas, mas aqui no Centro está um total abandono. A tocha vai passar em um desordem dessa. São Vicente está muito abandonada”, destacou.

Para o aposentado José Laurindo Sobrinho, morador da Vila Fátima, o problema da cidade é político. “São Vicente está abandonada e a culpa não é só do prefeito é dos vereadores também que não fazem nada. Uma briga política do sistema quanto pior melhor”, disse.

Sobrinho acha interessante a passagem da tocha olímpica por São Vicente, mas faz uma ressalva. “Merecido passar por São Vicente. É a primeira cidade do Brasil. Mas é lamentável passar nessa tristeza”, destacou.

Trajeto

O Diário do Litoral percorreu o trajeto que a tocha olímpica fará amanhã (22) a partir das 10 horas, em São Vicente. O percurso estava limpo. Segundo a Prefeitura, o caminho está sendo devidamente limpo de maneira emergencial e assim deve ser mantido.

Os motoristas precisam ficar atentos com as alterações no trânsito da cidade causadas pela passagem da tocha. A partir das 8h30, os dois sentidos da Ponte Pênsil serão interditados. A liberação sentido Praia Grande/São Vicente ocorrerá após a passagem do último veículo do comboio na Avenida Newton Prado com a Ponte. Já a liberação do sentido São Vicente/Praia Grande será feita após a passagem do comboio acessar a Av. Embaixador Pedro de Toledo.

Veículos vindos de Praia Grande (sentido Centro de São Vicente) terão a seguinte rota: desvio pela contramão na Av. Capitão Luiz Antônio Pimenta (pista sentido Centro-bairros), entre a Praça Infante Dom Henrique e Av.  Capitão Mor Aguiar, acessando as ruas do Colégio, Praça 22, Padre Anchieta, Av. Quintino Bocaiúva (os que têm como destino Santos - Via Praia) ou Av. Antônio Emmerich (os que vão para o centro de Santos). É recomendado o uso da Linha Amarela (acesso pela Rua Mário Hermes da Fonseca) e a Av. Manoel de Abreu (Linha Azul), já que é recomendável evitar o Centro e Praia do Itararé. O acesso ao centro de Santos pela Rodovia Anchieta também é indicado para veículos oriundos de Praia Grande.

Motoristas com destino a Praia Grande e Vila Margarida deverão seguir pela Rua Marquês de São Vicente, Rua Agostinho Pereira Pinto Júnior (atrás do campo do São Vicente Atlético Clube), Praça Infante Dom Henrique (contornando a UBS), e acessar a Av. Capitão Luiz Antônio Pimenta.

Proibições

Será proibido estacionar a partir das 22h de hoje nas avenidas Presidente Getúlio Vargas e Newton Prado; Rua Frei Gaspar (ambos os lados), entre a Av. Embaixador Pedro de Toledo (Gáudio) e Rua Tibiriçá; Rua Tibiriçá, entre Av. Presidente Wilson e Rua Frei Gaspar. A liberação acontece após a passagem do comboio.

Trabalhadores da Codesavi fazem passeata hoje

A greve dos trabalhadores da Codesavi continua. Acampados desde a última segunda-feira em uma tenda montada na Praça Barão do Rio Branco, o grupo de funcionários se reveza durante as 24 horas do dia. Sem avanço nas negociações, a paralisação segue sem prazo para terminar. Hoje (21), os grevistas devem fazer, a partir das 9 horas, uma passeata com a ‘tocha da esperança’. A manifestação deve ter início na porta da Prefeitura.

A concentração para a passeata começará às 7 horas. Às 9 horas, os manifestantes ganharão a Avenida Presidente Wilson e irão até a praia, onde virarão à esquerda para se concentrar diante do teleférico.

O presidente do Sindicato da Construção Civil (Sintracomos), Macaé Marcos Braz Oliveira, explicou que os grevistas se anteciparam a passagem da tocha olímpica para “chamar atenção da opinião pública, autoridades e mídia sobre o grave problema que enfrentam”.

Negociação

Ivo Oshiro, assessor direto do prefeito Luiz Cláudio Bili (PR), propôs ao presidente do sindicato que os trabalhadores retornassem ao trabalho ontem (20) apenas com os salários de junho, atrasado desde 7 de julho, mas sem o vale-refeição, atrasado da mesma maneira.

O sindicalista respondeu que até proporia o retorno ao trabalho, na assembleia, desde que fosse garantido o pagamento do salário e do vale-refeição, o que não foi aceito pelo representante do prefeito. Oshiro disse então que não pagará o vale e deixou dúvidas sobre o salário. “Não temos alternativa que não seja continuar a greve, no aguardo de julgamento do dissídio coletivo pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho). O pior de tudo, nessa história, é que os trabalhadores e suas famílias estão entrando em desespero, sem comida na mesa e as contas se acumulando”. Os salários não foram depositados.

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