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Cotidiano

Marina Silva fala em pensar ‘ajuste Brasil’

Porta-voz da Rede Sustentabilidade analisa momento do governo interino, enxerga PMDB e PT como irmãos siameses e comenta pesquisa

Publicado em 20/07/2016 às 10:00

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Para Marina, equipe econômica do governo Temer está ziguezagueando para tentar escapar do precipício / Rodrigo Montaldi/DL

Ex-senadora e porta-voz da Rede Sustentabilidade, Marina Silva falou que é preciso que se pense no ‘ajuste Brasil’ e não somente no ajuste fiscal como solução para o Brasil sair da crise.

“Dentro do ajuste Brasil entra o ajuste fiscal como importante, mas ele não tem uma finalidade em si mesmo”, disse Marina, durante entrevista coletiva em São Vicente.

A porta-voz classificou PMDB e PT como irmãos siameses ou faces da mesma moeda. “Eu nunca vi o vice-presidente ou o PMDB fazendo nenhuma crítica a essa política econômica desastrosa do PT que levou o país à bancarrota”, comentou.

Marina também relembrou que, assim como a gestão petista, o PMDB enfrenta uma crise com nomes do partido envolvidos em casos com suspeita de ­corrupção.

“Se de um lado a gente tinha o tesoureiro (João) Vaccari, o Delcídio (do Amaral) e tantas outras lideranças, no governo do PMDB nós temos também as figuras do Renan Calheiros, presidente do Senado, do Eduardo Cunha, do Romero Jucá, do ex-presidente Collor e tantos outros que igualmente estão sendo denunciados”, analisou.

“Antes nós tínhamos um governo com combustível adulterado pela corrupção, que está sendo mostrado aí pela Lava Jato, com o motorista indo em direção ao precipício. Agora, nós temos um partido que igualmente tem o combustível adulterado porque tem também denúncias de corrupção envolvendo lideranças importantes do partido, e com uma equipe econômica ziguezagueando, tentando se desviar do abismo”, completou.

A ex-senadora apontou para a falta de inovação do governo interino Temer como trabalhar as energias renováveis, ampliar o programa agricultura de baixo carbono e implementar o cadastro ambiental rural.

Ela também apontou contradições em decisões do Planalto.

“Você aprova medidas tentando resolver o problema da dívida pública, e ao mesmo tempo aprova aumento de servidor público. O vice-presidente disse que ia diminuir cerca de 4 mil cargos de livre provimento. No entanto, aprovou a entrada de mais 14 mil novos funcionários. São movimentos muito contraditórios que estão acontecendo”.

Para Marina Silva, a gestão Temer tem “uma equipe econômica que tenta governar e o atual governo que tenta se ­explicar”. Além disso, destacou a necessidade de “ter um novo investimento dos recursos públicos para dinamizar uma economia que busque a sustentabilidade econômica e social, mas também ambiental”.

Candidatura

Marina Silva aparece em segundo lugar na última pesquisa Datafolha sobre intenção de voto  para  o primeiro turno da disputa para presidente nas eleições de 2018, atrás do ex-presidente Lula (PT). Já no segundo turno, a membro da Rede lidera em todos os cenários.

A ex-senadora não deu pistas sobre uma possível candidatura e ressaltou que seu foco é a discussão de um projeto para o Brasil. “Sempre digo que meu objetivo não é ser presidente do Brasil, mas que o Brasil seja um país melhor para a gente viver. Se tiver que ser candidata, eu já fui duas vezes. Mas não tenho essa ideia que tem que ser a qualquer custo, a qualquer preço. O que nós temos que discutir é qual é o Brasil que nós queremos e estar abertos para o processo político em si”.

Por fim, Marina aproveitou para criticar a falta de programas de governo na última eleição presidencial, em 2014.

“Infelizmente, o projeto vitorioso não apresentou um programa de governo. O PSDB só apresentou programa de governo na última semana do 1º turno, o que no meu entendimento é um problema. Um país com 200 milhões de pessoas, a 8ª economia do mundo. Como alguém ganha uma eleição sem apresentar um plano de governo?”, finalizou.

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