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Cotidiano

Frente de Trabalho já é cogitada em São Vicente

Bili propôs a suspensão do vale-alimentação dos funcionários da empresa por seis meses; greve já dura quase 20 dias e cidade está suja

Publicado em 16/07/2016 às 10:30

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Trabalhadores da Codesavi estão em greve há quase 20 dias / Rodrigo Montaldi/DL

O prefeito de São Vicente, Luis Cláudio Bili (PR), disse que será necessário suspender o vale-alimentação do trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi). Caso contrário, a empresa de economia mista terá de demitir 300 funcionários para que os salários e outros benefícios sejam pagos em dia. A proposta foi rejeitada pela categoria em assembleia realizada na última quarta-feira (12). A Administração Municipal já estuda medidas para sanar os problemas de limpeza da cidade, ocasionados pela greve dos funcionários que completará 20 dias. Uma delas seria a contratação de uma Frente de Trabalho.

“A proposta que fiz, e foi entregue oficialmente ao presidente do sindicato (Sintracomos), foi garantir o salário dos funcionários da Codesavi dentro de cada mês, o pagamento da assistência médica, da cesta básica e do vale-transporte. Estou pedindo para suspender, não o cancelamento, por seis meses, do vale alimentação e assumindo o compromisso de honrar os demais dentro de cada mês. Ou infelizmente terei que mandar perto de 300 funcionários ­embora”, afirmou Bili.

Segundo o prefeito, a medida seria necessária para equacionar os problemas financeiros da companhia.

“Assumi o compromisso de manter todos os empregos atuais, exceto se houver necessidade de justa causa ou indisciplina. Essa é a proposta que eu fiz ao sindicato. Não quero transformar isso numa queda de braço, mas é a proposta que eu consigo fazer. Uma coisa ou outra. É aquela sensação de falar suspende os seus anéis. Não é me dar os anéis por seis meses, mas ficar com os dedos”, destacou.

O vale-alimentação é considerado um dos mais importantes benefícios dos trabalhadores da Codesavi. Os cargos operacionais recebem em média R$ 1 mil e o recurso destinado para a compra de mantimentos complementa o salário.

Cargos

Questionado sobre o número de comissionados que, segundo os trabalhadores se demitidos já representaria redução significativa das despesas com a folha, o prefeito disse que cumpre um Termo de Compromisso e Ajuste (TAC) firmado com o Ministério Público. “Tenho que reduzir para 120 os funcionários sem concurso público. Eram 300.

Hoje tem 200 – já mandei embora sem concurso público 100”, disse Bili. Do início do ano até o momento já foram demitidos 180 trabalhadores entre cargos de confiança e aprovados em processo seletivo.

Bili disse ainda que a suspensão do vale-alimentação por seis meses, coincidentemente até a posse da próxima gestão, não tem cunho político.

“Não estamos acumulando a dívida. Não estou dizendo que vai acumular a partir de janeiro. É uma suspensão, não é um adiamento. Não dá para comparar a maneira que eu vou entregar a empresa do jeito que eu recebi. Eu herdei uma empresa com perto de R$ 300 milhões de dívida e vou devolver de R$ 100 milhões de dívida. Uma dívida alta ainda, mas muito menor do que eu peguei. Eu tive coragem de abrir a discussão e espero que o próximo prefeito continue nesse círculo virtuoso, porque em uma empresa falida como essa não é em três anos e meio que se resolve o problema dela”.

Frente

Com a cidade repleta de lixo por todos os lados, devido à greve da Codesavi, o prefeito já admite estudar medidas emergenciais para manter a zeladoria do ­município.

“Estamos estudando algumas medidas, por exemplo, a Frente de Trabalho que já existiu. A empresa de economia mista precisa produzir para receber. Se não trabalha não recebe. A frente de trabalho é uma das sugestões”, disse Bili.

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