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Cotidiano

Fortalezas contam a história da Baixada Santista

Essas fortificações foram instaladas em lugares estratégicos, em sua maior parte atrás de morros e no local onde se desenvolveram as cidades

Rafaella Martinez

Publicado em 04/06/2018 às 10:02

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Os equipamentos espalhados pelas cidades de Santos e Guarujá representam um patrimônio histórico e arquitetônico fundamental para a defesa das Vilas de São Vicente e Santos, bem como do Porto de Santos / Rodrigo Montaldi/DL

Uma das regiões mais fortificadas do Brasil, a Baixada Santista abriga seis fortalezas que foram fundamentais para garantir a segurança da região contra ataques de piratas e dos federalistas da Revolução de 1932, bem como os ataques da Guerra Fria.

Os equipamentos espalhados pelas cidades de Santos e Guarujá representam um patrimônio histórico e arquitetônico fundamental para a defesa das Vilas de São Vicente e Santos, bem como do Porto de Santos, o maior e ainda hoje o mais importante do ­hemisfério sul. 

Essas fortificações foram instaladas em lugares estratégicos, em sua maior parte atrás de morros e no local onde se desenvolveram as cidades. 

Século XVI

Forte São João [ Bertioga ]

Considerado o mais antigo do Brasil, foi erguido em 1551. Localizado em um ponto estratégico na entrada do canal de Bertioga, serviu também de proteção para as vilas de Santos e São Vicente. Entre as personalidades presentes na histórias do forte estão o viajante alemão Hans Staden, os jesuítas Manuel da Nóbrega (português) e José de Anchieta (espanhol), o fundador do Rio de Janeiro, Estácio de Sá, além dos índios tupiniquins e tupinambás, os primeiros moradores da região.

Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande [ Guarujá  ]

Instalado na ilha de Santo Amaro, foi fundamental na proteção da baía de Santos. O forte foi erguido em 1584, época em que as coroas ibéricas de Portugal e Espanha estiveram unificadas.
O forte já fez parte do município de Santos quando Guarujá era um distrito santista. O equipamento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Fortaleza de Itapema [ Guarujá  ]

Com data de fundação desconhecida, o forte está localizado perto da estação das barcas de Vicente de Carvalho, em frente ao porto de Santos e seu nome original era Fortim do Pinhão de Vera Cruz. A fortaleza passou por dois incêndios, o primeiro em 1883 e o mais recente em 1976.

Fortaleza de Itaipu [ Guarujá ]

O projeto teve início em 1895 e sua função era de substituir a Fortaleza de Santa Amaro da Barra Grande, já mais ultrapassada. Na Revolução Constitucionalista de 1932, ficou do lado dos paulistas contra Getúlio Vargas.
O complexo, localizado numa área considerável de Mata Atlântica, é composto de três fortificações. Em tupi, Itaipu faz referência ao movimento das ondas se chocando contra as pedras e formando espuma.

Forte São Luiz [ Guarujá  ]

Construído em 1770 no trecho norte da Ilha de Santo Amaro, também conhecida como Rabo do Dragão na serra do Guararu. Do antigo forte não concluído restam apenas as muralhas.

Forte dos Andradas [ Guarujá  ]

O mais moderno dos fortes brasileiros, inaugurado em 1942, foi inicialmente chamado de Monduba, que tem para os índios um significado semelhante ao de Itaipu. Não por coincidência, os dois fortes estão voltados para o oceano Atlântico.
Os irmãos Andradas, santistas que deram nome ao forte, tiveram papel decisivo na independência do Brasil. 

Século XVIII

Casa do Trem Bélico [ Santos  ]

A arquitetura colonial militar é característica exclusiva dessa construção. As paredes foram feitas com cascalho, pedra e cal de sambaqui e suas dependências serviram na maior parte do tempo como depósito de materiais bélicos. As obras começaram em 1732 e a inauguração ocorreu seis anos depois.

Forte do Augusto [ Santos  ]


Construído em 1734 era também chamado forte de Forte da Estancada da Trincheira e do Castro. Serviu de proteção para o estuário santista por permitir excelente condição para vigilância e funcionou com fins militares até 1893. Um canhão de fabricação inglesa, mantido em frente ao edifício atual, remete ao passado bélico. Hoje no local funciona o Museu de Pesca.

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