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Cotidiano

Faturamento das pequenas empresas tem pior queda desde 2002

Recuo foi de 14,3% no acumulado de 2015 na comparação com 2014, segundo o Sebrae-SP

Da Reportagem

Publicado em 12/02/2016 às 11:30

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As micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo registraram queda de 14,3% no faturamento real (já descontada a inflação) no acumulado de 2015 na comparação com igual período de 2014, de acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae-SP. Trata-se do maior porcentual de queda no faturamento anual desde 2002. 

Em 2015, a receita total do universo das MPEs paulistas foi de R$ 597,2 bilhões. Em relação ao ano anterior, houve uma perda de R$ 100 bilhões. Essa redução de receita equivale à soma do Produto ­Interno Bruto (PIB) anual dos Estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba (dados do PIB referentes a 2013, ­conforme IBGE). 

A desaceleração da economia e a queda no consumo das famílias contribuíram para o resultado ruim. A piora no mercado de trabalho, a baixa confiança dos brasileiros e a retração nos investimentos contribuem para explicar a redução vista nas compras feitas pela população, das quais as MPEs têm forte dependência. 

“A crise econômica chegou aos pequenos negócios, afetando severamente o faturamento, como só se viu em 2002. Este fator desencadeia outro bem amargo: o impacto no número de ­pessoal ocupado e rendimento real dos empregados nessas empresas. É o sinal amarelo para o ciclo vicioso da ­recessão”, afirma o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf. “Infelizmente, em 2016 as dificuldades continuarão e o empreendedor terá de se desdobrar para manter-se no mercado e continuar ­gerando e mantendo empregos”.

Por setores, no período, o faturamento da indústria caiu 10,9%, o do comércio recuou 13,2% e o dos serviços ficou 16,9% menor. Foi a primeira vez desde 2009, quando o Brasil enfrentava os efeitos da crise financeira mundial, que o setor de serviços terminou um ano com redução no faturamento. O desempenho também foi fraco em todas as regiões do Estado. 

No acumulado de janeiro a dezembro de 2015, houve aumento de 1,3% no total de pessoal ocupado nas MPEs ante igual período de 2014. Por outro lado, a folha de salários paga por elas caiu 3,4% e o rendimento real dos empregados ficou 2,6% menor. 

A pesquisa também mostra que, em janeiro, a maioria dos donos de MPEs do Estado, ou 52% do total, disse esperar estabilidade no faturamento de seus negócios para os próximos seis meses. 

Quanto à economia do país, 41% falam em manutenção no nível de atividade nos próximos seis meses ante 46% de um ano antes. Outros 33% aguardam piora nesse aspecto, igual porcentagem registrada em janeiro de 2015.

Microempreendedor

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) de São Paulo registraram queda de 21,8% no faturamento real de dezembro de 2015 sobre o mesmo mês de 2014. A receita total dos MEIs em dezembro foi de R$ 2,7 bilhões, o que representa R$ 763,9 milhões a menos do que no mesmo mês de 2014.

Quanto aos setores, os MEIs da indústria viram o faturamento no período cair 29,5%; os do comércio registraram recuo na receita de 20,3% e os de serviços tiveram redução de 19,6% na mesma comparação.

Os MEIs se mostraram mais otimistas que os proprietários de MPEs em relação ao futuro. Em janeiro deste ano, a maior parte (38%) deles disse esperar aumento para seu faturamento nos próximos seis meses. Em janeiro de 2015 eram 28%. Já 35% aguardam estabilidade no faturamento, ante 40% um ano antes. O porcentual dos que esperam piora passou de 31% em janeiro 2015 para 22% em janeiro deste ano.

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