X

Cotidiano

Declaração de Edmur Mesquita causa indignação no Facebook

“O silêncio perdeu uma grande oportunidade de te salvar”, postou um internauta. “Me escraviza também, Alckmin!”, disse outro

Carlos Ratton

Publicado em 20/01/2016 às 08:29

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

Internautas se manifestaram nas redes sociais / Reprodução

A recente frase do subsecretário de Assuntos Metropolitanos do Estado de São Paulo, Edmur Mesquita (PSDB): “sou um escravo do serviço público”, minimizando a descoberta de sua dupla remuneração no Governo do Estado, que lhe proporciona um salário de R$ 23.798,16, causou indignação de dezenas de pessoas no Facebook, principalmente numa época de crise em que os brasileiros estão sofrendo com as perdas diárias de postos de trabalho.  

Em justificativa publicada ontem, Mesquita ressaltou que não vê nenhum problema em receber o segundo valor mensal, rigorosamente depositado em sua conta. “Essa remuneração não é considerada salário. Sem medo de errar, do ponto de vista jurídico, ela é absolutamente correta, ética e moral”, completou Mesquita, que recebe R$ 14.532,66 como subsecretário e R$ 9.265,50 como conselheiro de administração da Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa). As remunerações constam no Portal da Transparência do Estado.

Pela página do Diário no Facebook, muitos internautas se manifestaram com frases ácidas e irônicas, como “me escraviza também, Alckmin!”. “Belo conceito que este cidadão tem de ética e moral, parabéns”. “Tem vaga pra mais um escravo aí? Me proponho a dobrar a jornada de trabalho”. Mas também postaram declarações mais fortes, como um professor e de um estudante de Contabilidade. “Também me sinto sob a mesma condição: sala de aula superlotada, condições precárias de trabalho, carga horária excessiva, entre outros aspectos. Nossa única diferença é a remuneração, que levo quase um ano para atingir. Sou professor”.

“Soa, no mínimo, cínica essa afirmação. É ofender e escarnecer na cara da imensa maioria dos servidores públicos, que trabalham de sol a sol, sendo comandados muitas vezes por chefias incompetentes, ignorantes (no sentido acadêmico e comportamental), e tiranas, que agem protegidas pelas asas de algum figurão político. É rir da cara dos servidores que, somando um ano de salário, não tiram os quase 24 mil reais de salário que o "escravo" tira. É ter por tolos os funcionários públicos que são muitas vezes perseguidos quando reivindicam condições melhores de trabalho. É tirar sarro dos que sofrem com assédio moral, ou que, quando se destacam com seu bom trabalho, são tirados de cena pelas chefias preguiçosas e incompetentes. É fazer chacota com o servidor que sofre com reajustes de salários miseráveis enquanto os amigos do rei nadam no dinheiro. Resumindo. O silêncio perdeu uma grande oportunidade de te salvar”, postou o estudante.

Situação de França também causou indignação

A recente reportagem do Diário sobre as atribuições extras de outro conhecido político da Baixada, o vice-governador Márcio França (PSB), também foi bastante acessada no site do DL. A publicação intitulada “Márcio França ganha três salários do Estado” alcançou milhares de internautas.

França comanda a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, recebendo R$ 20.549,60 mensais; é membro (presidente) do Conselho de Administração do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, recebendo R$ 6.177,00 a cada 30 dias e, finalmente, conselheiro-presidente do Conselho de Administração do Desenvolve SP – Agência de Desenvolvimento Paulista, cujo salário mensal é o mesmo do IPT. Juntos somam R$ 32.903,60.

É importante salientar que o governador Geraldo Alckmin ganha R$ 21.631,05 por mês para administrar um dos maiores estados brasileiros. Ou seja, Mesquita e França recebem mais do que o principal funcionário do Estado. Também é bom lembrar que conselheiro, geralmente, participa de uma reunião mensal na entidade em que se envolveu.   

Apoie o Diário do Litoral
A sua ajuda é fundamental para nós do Diário do Litoral. Por meio do seu apoio conseguiremos elaborar mais reportagens investigativas e produzir matérias especiais mais aprofundadas.

O jornalismo independente e investigativo é o alicerce de uma sociedade mais justa. Nós do Diário do Litoral temos esse compromisso com você, leitor, mantendo nossas notícias e plataformas acessíveis a todos de forma gratuita. Acreditamos que todo cidadão tem o direito a informações verdadeiras para se manter atualizado no mundo em que vivemos.

Para o Diário do Litoral continuar esse trabalho vital, contamos com a generosidade daqueles que têm a capacidade de contribuir. Se você puder, ajude-nos com uma doação mensal ou única, a partir de apenas R$ 5. Leva menos de um minuto para você mostrar o seu apoio.

Obrigado por fazer parte do nosso compromisso com o jornalismo verdadeiro.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cultura

Primeiro festival de sanduíche de pão de cará tem inscrições abertas

Padarias e confeitarias da Baixada Santista podem participar do evento criando sanduíches com a iguaria tipicamente santista

Diário Mais

Melhor pizzaria da América Latina está em São Paulo; saiba qual

Ranking com 50 as melhores pizzarias do Brasil e dos países vizinhos tem oito pizzarias na Capital Paulista; confira a lista completa

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter