Monotrilho da zona leste de SP tem horário ampliado a partir desta quarta

O monotrilho da linha 15-prata do Metrô paulista, na zona leste de São Paulo, passa a funcionar nesta quarta-feira (26) no mesmo horário das demais linhas: das 4h40 à meia-noite. A linha, que opera desde 2014 apenas entre as estações Vila Prudente e Oratório, funcionava das 6h às 20h.

O anúncio foi feito pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), na tarde desta terça (25) durante visita às obras da futura estação Jardim Planalto. Com 80% de conclusão, a obra abrange a construção de mais 7.700 m2 de área, incluindo um prédio com salas técnicas anexo à estação.

"É uma obra muito importante para São Paulo. Com um transporte de alta capacidade e qualidade como a linha 15, vamos ter um grande desenvolvimento, atraindo empresas e melhorando a qualidade de vida. E, com a prefeitura, uma grande requalificação urbana aqui na Anhaia Melo", disse o tucano.

Os trens percorrem 2,9 km entre o Oratório e a Vila Prudente, onde o usuário pode fazer integração com a linha 2-verde do metrô. As composições são operadas de modo totalmente automático, trafegam a uma altura de 15 metros e possuem sete carros com capacidade para transportar mil passageiros por viagem.

De acordo com a gestão Alckmin, a ampliação do horário de funcionamento permitirá que os ciclistas transportem suas bicicletas também nos dias úteis da semana (das 20h30 à meia-noite). Em cada estação há um biciletário, que funcionará no mesmo horário da operação comercial.

Iniciativa privada e atrasos

Com dificuldades financeiras para expandir e manter a rede sobre trilhos em São Paulo, a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu conceder à iniciativa privada a operação do monotrilho da linha 15-prata. O martelo foi batido neste ano e recebeu aval na última reunião do conselho gestor das PPPs (Parcerias Público-Privadas).

Inaugurada em 2014, a linha 15-prata foi a primeira do Estado a adotar a tecnologia de monotrilho, um tipo de trem elevado, visto por especialistas com desconfiança. Ela sofreu seguidos atrasos (antes do atual edital, foi prevista para 2012, depois para 2015), ficou mais cara (a fase de obras superou em mais de R$ 300 milhões a estimativa).

A segunda fase, que está em construção, prevê que a linha chegue com mais 13 km até a região de São Mateus em 2018. O governo estadual afirmar que as oitos estações (São Lucas, Camilo Haddad, Vila Tolstói, Jardim Planalto, Sapopemba, Fazenda da Juta e São Mateus) tem previsão de entrega para o primeiro semestre de 2018.

Como revelou a Folha de S.Paulo em 2014, as obras da linha 15-prata chegaram a travar devido a um córrego não previsto no projeto original -embaixo do trecho em que as obras para três estações seriam feitas. Foi preciso uma nova intervenção de engenharia para desviar as galerias de água na região, algo que foi concluído somente neste ano.