Sexta-feira 13: entenda de onde vem a fama de dia azarado

Nesse ano, o mês de junho tem a temida data de sexta-feira 13. Na cultura ocidental, o número 13 e a sexta-feira carregam uma fama nada positiva.

Nesse dia considerado 'do azar', muitos supersticiosos costumam mudar hábitos e redobrar cuidados. Porém, a maioria das pessoas não sabem de onde vem a associação desta data com a má sorte.

Origens religiosas

Uma das explicações mais conhecidas vem da tradição cristã. Segundo relatos bíblicos, durante a Última Ceia, realizada numa quinta-feira, Jesus reuniu-se com seus 12 apóstolos, somando 13 pessoas à mesa. Entre eles estava Judas Iscariotes, o discípulo que o trairia. No dia seguinte, uma sexta-feira, Jesus foi crucificado.

Além disso, o número 13 carrega um simbolismo de desequilíbrio. O 12 representa plenitude e ordem: são 12 os meses do ano, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus e até mesmo 12 deuses do Olimpo na mitologia grega. O 13, por sua vez, aparece como uma quebra dessa harmonia.

Mitologia nórdica

A mitologia nórdica também contribui para o imaginário negativo da sexta-feira 13. Uma das lendas mais conhecidas envolve o deus Odin, que organizou um banquete com 12 deuses convidados. Loki, o deus da discórdia, apareceu sem ser chamado e causou um confronto que resultou na morte de Balder, o deus da luz e da alegria. Desde então, reuniões com 13 participantes passaram a ser consideradas presságios de tragédia.

Outra versão da mitologia aponta para a deusa Frigga, associada à fertilidade. Após a cristianização dos povos nórdicos, ela teria sido demonizada pela Igreja. Segundo a lenda, Frigga se reunia com o demônio e outras 11 bruxas todas as sextas-feiras para lançar maldições sobre a humanidade, reforçando a ideia de que esse dia da semana seria ligado ao mal.

Um capítulo sombrio da história

A sexta-feira 13 também é lembrada por um episódio marcante da Idade Média. Em 13 de outubro de 1307, uma sexta-feira, o rei francês Felipe IV mandou prender todos os membros da Ordem dos Cavaleiros Templários.

Acusados de heresia e outros crimes, muitos deles foram torturados e executados. O episódio ficou marcado como símbolo de traição e violência.

Superstições que atravessam gerações

Religião, mitologia e história se combinaram ao longo do tempo para consolidar a fama da sexta-feira 13 como um dia de má sorte.

A cultura popular, por sua vez, ajudou a eternizar esse estigma. Um exemplo é a clássica franquia de terror Sexta-Feira 13, estrelada pelo icônico vilão mascarado Jason, que conta com mais de dez filmes.

Entre as superstições mais comuns ligadas à data estão: evitar cruzar com gatos pretos, passar debaixo de escadas, quebrar espelhos ou abrir guarda-chuvas dentro de casa. Para afastar o azar, algumas pessoas chegam a bater três vezes na madeira só por precaução.

Apesar de não haver uma única explicação definitiva para o medo que cerca a sexta-feira 13, a tradição persiste. Ela continua sendo alimentada por séculos de mitos, lendas e crenças populares que atravessam culturas e continuam despertando curiosidade, receio e fascínio.