SAÚDE

Professor esclarece circunstâncias e riscos da gravidez precoce

Segundo o Doutor Gerson Aranha, médico ginecologista e professor da disciplina de Obstetrícia na Unimes, os casos de gravidez nos serviços de assistência particular têm se mantido estável, entretanto, os números são altos

Da Reportagem

Publicado em 02/02/2023 às 15:40

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), filhos de mães adolescentes têm maior probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer e maior probabilidade de morte do que os filhos de mães com 20 anos ou mais / Unsplash

Começou na última quarta-feira (1º), a Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência. Com duração até o dia 08 de fevereiro, a semana foi instituída pela Lei nº 13.798/2019, com o objetivo de disseminar informações sobre medidas preventivas e educativas que contribuam para a redução da incidência da gravidez na adolescência, alertando tanto pais quanto adolescentes.

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Considerada por muitos especialistas uma questão de saúde pública, a gravidez na adolescência ainda é um desafio no Brasil. Os últimos dados colhidos pelo Sistema de Informações de Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, informaram que em 2020 cerca de 14% de todos os nascimentos do país foram decorrentes de partos de mães adolescentes, ou seja, 380 mil garotas deram à luz. 

Segundo o Doutor Gerson Aranha, médico ginecologista e professor da disciplina de Obstetrícia na Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), os casos de gravidez nos serviços de assistência particular têm se mantido estável, entretanto, os números ainda são altos e estão em crescente no Sistema Único de Saúde (SUS). 

“A adolescência é uma fase longa, vai dos 14 até os 19 anos. Então, gestações que acontecem antes dessa idade, são consideradas gravidez infantil”, explica o médico. “Porém, é uma fase em que os riscos são muito grandes”, salienta o especialista. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), filhos de mães adolescentes têm maior probabilidade de apresentar baixo peso ao nascer e maior probabilidade de morte do que os filhos de mães com 20 anos ou mais. Durante o primeiro ano de vida, filhos nascidos de mães adolescentes apresentam uma taxa de mortalidade infantil duas a três vezes maior que a de mães adultas e um aumento de seis vezes na incidência de síndrome de morte súbita.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, nas jovens de 15 a 19 anos, a probabilidade de mortes relacionadas a gravidez ou parto é duas vezes maior do que nas mulheres de 20 anos ou mais. Para aquelas menores de 15 anos, esse risco é aumentado em cinco vezes. Além disso, adolescentes que engravidam têm maior probabilidade de desenvolver síndromes hipertensivas, partos prematuros, anemia, pré-eclâmpsia, desproporção feto-pélvica, restrição do crescimento fetal, além de problemas consequentes de abortos provocados. 

“Porém, no dia a dia, a problemática maior é a psico-emocional-social”, ressalta o professor da Unimes. Estatísticas nacionais e internacionais evidenciam impactos negativos significativos da gravidez precoce sobre o desenvolvimento educacional na adolescência, dificultando a inserção das jovens mães no mercado de trabalho, resultando no círculo vicioso da pobreza e, consequentemente,  das desigualdades sociais.

O médico Gerson Aranha mostra que a gravidez precoce na adolescência pode ser evitada com um ato simples, mas muito importante: a abertura para o diálogo. “Nesses diálogos, é fundamental ter esclarecimentos sobre sexo, sexualidade e doenças sexualmente transmissivel, focando em como evitar e a necessidade de tratar. Outro ponto é procurar assistência médica precoce, principalmente quando a adolescente já iniciou a vida sexual, para que haja orientações para metódos contrapectivos”, reforça o professor.

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