Saúde
A bebida é tida por muitos como um remédio natural contra resfriados, um aliado contra as dores nas articulações e um reforço para a pele e digestão
Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário
Publicado em 07/10/2025 às 10:28
Atualizado em 07/10/2025 às 10:28
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O caldo é feito a partir do cozimento prolongado de ossos de boi, porco ou frango / ImageFX
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Nos últimos anos, o caldo de ossos ganhou popularidade e passou até a ser chamado de 'ouro líquido' por quem consome. A bebida é tida por muitos como um remédio natural contra resfriados, um aliado contra as dores nas articulações e um reforço para a pele e a digestão.
Mas o que a ciência realmente diz sobre tudo isso? De acordo com especialistas ouvidos pelo jornal The New York Times, apenas parte desses benefícios foi comprovada cientificamente.
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Mas antes, conheça também o chamado 'elemento da beleza' que fortalece ossos e articulações.
O caldo é feito a partir do cozimento prolongado de ossos de boi, porco ou frango, especialmente aqueles que contêm articulações e tecidos conjuntivos.
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Em relação ao sabor e composição, ele se parece com outros tipos de caldos e pode servir de base para sopas e até molhos.
Entretanto, ele se diferencia por ser rico em colágeno e pelo cozimento mais demorado, o que, acredita-se, libera propriedades benéficas à saúde.
Esse cozimento prolongado ajuda a extrair mais proteínas das cartilagens e tecidos conjuntivos.
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O que muitos acreditam, é que os aminoácidos presentes no caldo de ossos ajudam tendões, ligamentos e cartilagens a produzir este colágeno, o que beneficiaria a saúde das articulações.
Em tese, isso faz sentido, segundo explica Keith Baar, professor de fisiologia molecular do exercício na Universidade da Califórnia.
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Estudos menores já demonstraram que suplementos de colágeno e gelatina podem contribuir para fortalecer músculos e tendões, ajudar na recuperação de atletas e reduzir dores em casos de osteoartrite no joelho.
No entanto, esses resultados não foram testados especificamente com caldo de ossos. E há indícios de que a quantidade de aminoácidos nesse tipo de caldo, seja caseiro ou industrializado, varia muito e costuma ser bem menor do que em suplementos de colágeno.
Portanto, mesmo que as cápsulas de colágeno se provem eficazes para as articulações (algo que ainda está em debate), não é possível afirmar que o caldo de ossos tenha o mesmo efeito, segundo Louise Burke, professora de nutrição esportiva da Universidade Católica da Austrália, em Melbourne.
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O caldo de ossos contém altos níveis de glutamina, um aminoácido que, segundo alguns estudos, pode ajudar a reduzir inflamações no intestino, afirma Michael Camilleri, gastroenterologista da Clínica Mayo, em Rochester (Minnesota, EUA).
Em uma pesquisa publicada em 2021, cientistas observaram que camundongos que beberam caldo de ossos durante dez dias apresentaram menos danos e inflamações intestinais do que aqueles que consumiram apenas água.
Entretanto, não há evidências de que o mesmo efeito ocorra em humanos.
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O Dr. Camilleri pondera que o caldo de ossos pode, sim, ser benéfico para o intestino, mas é cedo para chamá-lo de “remédio milagroso” para o sistema digestivo.
O colágeno da pele é responsável, em parte, por sua firmeza e elasticidade, explica Rajani Katta, dermatologista do Baylor College of Medicine, em Houston.
No entanto, a médica ressalta que não existem estudos científicos avaliando o impacto do consumo de caldo de ossos na aparência ou saúde da pele.
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Assim como outros caldos e sopas industrializados, o caldo de ossos pode conter altas quantidades de sódio, alerta a nutricionista Amy Bragagnini.
Além disso, durante o cozimento, os ossos podem liberar pequenas quantidades de chumbo, segundo o Dr. Keith Baar. Por isso, o ideal é limitar o consumo a uma ou duas porções por semana, especialmente para gestantes ou crianças pequenas.
Por outro lado, o caldo de ossos é boa fonte de proteína, é leve e de fácil digestão. Pode ajudar a manter a saciedade e hidratar o corpo, sendo útil quando se está doente ou com pouco apetite.
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