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No dia 4 de outubro, das 18h30 às 22h, o Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS) será palco da 1ª Mostra Olhares Sáficos, evento gratuito e inédito na Baixada Santista
Sáfica é um termo para qualquer mulher atraída por mulheres, incluindo lésbicas, mulheres bissexuais, pansexuais e outras identidades queer / Divulgação
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No dia 4 de outubro, das 18h30 às 22h, o Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS) será palco da 1ª Mostra Olhares Sáficos, evento gratuito e inédito na Baixada Santista, voltado a cineastas lésbicas, bissexuais e pansexuais, tanto cis quanto trans.
A programação reúne exibições, debates e atividades culturais que celebram e fortalecem as narrativas sáficas no audiovisual. A mostra é uma realização da Ácidas Filmes, produtora independente formada por mulheres e pessoas LGBTQIAP+, com apoio da Lei de Incentivo à Cultura de Santos (11º Facult).
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Sáfica é um termo para qualquer mulher atraída por mulheres, incluindo lésbicas, mulheres bissexuais, pansexuais e outras identidades queer.
A primeira edição conta com a exibição de 10 filmes selecionados. A curadoria priorizou representatividade, diversidade de gêneros cinematográficos e diferentes origens regionais. A mostra recebeu 124 inscrições, sendo 101 válidas, vindas de várias regiões do Brasil.
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Os filmes serão divididos em duas sessões. A primeira exibirá as obras: Busco-me (Foz do Iguaçu/PR), Apenas por um Instante (Petrolina/PE), Sobre Nós (Duque de Caxias/RJ), Tá Fazendo Sabão (Santo Amaro/BA) e MARAL (Florianópolis/SC). Já na segunda, serão exibidos os filmes: SÔNIA (Guarulhos/SP), Bolacheiras (Maceió/AL), Retratos (Florianópolis/SC), Domingo (Santos/SP) e Parla Italiano (Rio de Janeiro/RJ).
No local, o público presente poderá desfrutar de comidas gratuitas, em um ambiente acolhedor que pretende estimular trocas, diálogos e encontros.
Além das sessões presenciais no MISS, parte da mostra será disponibilizada, em novembro, no Instagram @acidasfilme, ampliando o alcance do evento e garantindo que pessoas de outras regiões também possam assistir às produções selecionadas. A iniciativa busca democratizar o acesso ao cinema e valorizar as narrativas para além das fronteiras físicas da mostra.
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Outra ação especial será a sessão exclusiva para os alunos do Instituto Querô, com a exibição dos filmes Reflorescer – Maternidade Lésbica, de Isabella Graça, e Som de Preta, de Alexia Cassiano. Os curtas são adequados às diferentes faixas etárias e haverá um bate-papo com integrantes da equipe do projeto, promovendo uma vivência cultural e educativa que estimula o olhar crítico e o interesse dos jovens pelo audiovisual.
Aproveitando, Bill Murray quase ficou de fora de clássico do cinema por um motivo inusitado.
Idealizadora e diretora geral do evento, Isabella Graça, destaca a importância de abrir espaço para as vozes sáficas na região:
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“Na Baixada Santista ainda não existia uma mostra dedicada a mulheres sáficas. Senti a necessidade de criar esse espaço. Como diretora, percebi a ausência de um ambiente onde pudesse exibir minhas produções, trocar experiências com outras realizadoras e fortalecer essa rede de criação. A mostra nasce também do desejo de compartilhar nossas visões sáficas com o público da região, que ainda carece de acesso a obras audiovisuais diversas e representativas.”
O principal objetivo é dar visibilidade e fortalecer o protagonismo de cineastas lésbicas, bissexuais e pansexuais, cis e trans, criando um espaço inclusivo para exibir e valorizar narrativas sáficas. A mostra busca ampliar a visibilidade de histórias sáficas, muitas vezes ausentes ou pouco representadas no cinema brasileiro.
A Mostra Olhares Sáficos surge inspirada em iniciativas como a Mostra das Minas, realizada desde 2016 na região, e o BEE Lesbian Film Festival, em São Paulo, pioneiro no país.
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Apesar dos avanços, Isabella lembra que ainda há muito a ser conquistado:
“As principais barreiras ainda estão na desigualdade estrutural da indústria, que limita mulheres LGBTQIA+ a cargos secundários e dificulta o acesso a espaços de exibição e reconhecimento em festivais. Além disso, há uma invisibilidade histórica das narrativas lésbicas e bissexuais, muitas vezes até dentro da própria comunidade LGBTQIA+.”