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Elenco de 'Atlas' fala sobre inspirações e avanço da Inteligência Artificial

O Diário do Litoral esteve presente de forma remota na coletiva de imprensa do filme, no México

Gabriel Fernandes

Publicado em 25/05/2024 às 08:00

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'Atlas' já está disponível no catálogo da Netflix / Netflix/Divulgação

O longa de ação com moldes de ficção "Atlas" mostra versões ambíguas dos limites da Inteligência Artificial. A obra entrou no catálogo da Netflix na última sexta-feira (24), e o Diário do Litoral esteve presente, de forma remota, na coletiva de imprensa que aconteceu na Cidade do México, e que contou com a presença dos astros Jennifer Lopez ("Selena") e Simu Liu (intérprete de Shang-Chi, no Universo Cinematográfico da Marvel), além do diretor Brad Peyton ("Terremoto: A Falha de San Andreas").

"Minha grande inspiração para este projeto foi 'O Exterminador do Futuro 2, pois a personagem de Linda Hamilton [intérprete de Sarah Connor] é uma das mais duronas que existe", comentou Lopez, que também é produtora do longa e estava bastante animada com as recordações de seu começo de carreira. Ela recordou o fato que, coincidentemente, decidiu ser atriz após ter assistido a uma sessão do clássico de James Cameron em Nova York, mas ele não é o único que por quem ela possui um carinho. "Outra personagem que gosto bastante e durante as gravações cheguei a conversar com Brad [Peyton] sobre, é a Ripley, vivida por Sigourney Weaver em 'Alien'".

Não muito diferente em gostos, Liu assumiu ser fã da franquia "Star Trek" e por conta de interpretar a personificação de uma inteligência artificial, o ator bebeu bastante da fonte do universo criado por Gene Roddenberry, e de outro famoso clássico do cinema para interpretar o vilão Harlan."Me inspirei levemente na voz do Hall [personagem de '2001- Uma Odisséia no Espaço'], no seu estilo amigável, mas arrepiante ao mesmo tempo", destaca.

Por conta da caracterização de seu personagem, o ator teve de usar lentes de contato da cor azul claro e isso resultou em passagens inusitadas durante as filmagens. "Chegou no terceiro dia de gravações, eu apenas concordava com o que Brad [Peyton] citava e seguia em frente, pois não estava enxergando nada", comentou aos risos.

Como a produção se trata de um contexto onde há os dois lados da inteligência artificial, e o mundo ainda está começando a se acostumar com este tipo de tecnologia, Lopez lembra que muitos profissionais da área da música não acreditavam no poder do seu avanço, mas ainda não sabem lidar direito com isso. "Você tem de estar aberto para o fato de mudanças o tempo todo, estar apto a elas e não ficar preso em sua realidade".

Em paralelo, ela fez um breve resumo de como é o perfil de sua personagem no filme, a agente Atlas Shepherd, pois ela é uma pessoa que desde sempre desconfiou da Inteligência Artificial, e após um descuido durante uma missão para capturar Harlan, ela se vê obrigada a unir forças com a tecnologia.

Com o trabalho de levar essa trama para as telas, o diretor Brad Peyton declarou que o tratamento do roteiro em cima da protagonista e sua trajetória humana, diante de um cenário repleto de interações com máquinas e IA, foi o fator crucial para ter aceitado participar.

Ele ainda comenta que durante a produção chegou a ter muitas "borboletas no estômago", embora sua função não tenha tanta ação e se resuma a lidar com imagens. "Quando você vai para um set e várias pessoas querem ouvir sua opinião, é mais uma questão de confiança, pois você acaba se preocupando demais com tudo. Deve se ter o corpo preparado para lidar com o estado do fluxo".

Diferente de Peyton, Liu comenta que sentiu um breve nervosismo por conta de dividir a cena com Lopez, alegando que sempre a enxergava como a eterna protagonista de um dos seus mais icônicos filmes. "Foi difícil trabalhar com ela, pois nos sets tinha de mentalizar em matá-la, mas só vinha a imagem dela em 'Encontro de Amor'", comentou aos risos.

Estrelando pela primeira vez um blockbuster de ficção neste porte, Lopez enfatizou que teve de mesclar sua trajetória pessoal com criatividade, para captar a essência de Atlas. "Quando você tenta trazer vida para uma personagem como ela, você tenta tirar algumas coisas da sua vida, porém em um filme destes, cujo cenário em maioria tinha um fundo verde, temos de deixar a imaginação correr solta e é a principal parte de atuar".

Durante boa parte do longa, Atlas passa a interagir apenas com a voz da Inteligência Artificial e, como ficou nítido em cena, a atriz confessou que estes foram os momentos mais difíceis das gravações. "Me recordo quando Jodie Foster fez 'Contato', pois foi a atuação mais difícil da carreira dela, já que haviam momentos onde era apenas ela. Ao me deparar com o roteiro, pensei 'vai ser muito fácil, vou ser eu mesma', mas notei que este tipo de atuação é mais difícil, principalmente quando se é a protagonista", comenta.

Vindo do sucesso de "Barbie", onde roubou a cena brevemente como um Ken, Liu comentou sobre como ele teve de interpretar dois personagens difíceis e não humanos (um boneco e IA). "Nós tínhamos uma praia e dançamos todos os dias, enquanto aqui eu tento obliterar a humanidade no mesmo período. A única coisa que eles têm em comum é não terem genitálias", brincou.

Questionados sobre os avanços da Inteligência Artificial, o trio foi unânime ao citar que a atual situação é assustadora para vários setores e jamais devemos dar o poder de escolha nas mãos destas tecnologias. "Acredito que estamos em um momento revolucionário, e não podemos deixar os algoritmos escolherem nossos líderes ou decisões. Eles devem ser nossas ferramentas. Harlan é um exemplo disso", declarou Liu.

Ele ainda aproveita o contexto para dar uma alfinetada na recente crise que aconteceu em Hollywood, onde atores e roteiristas acabaram entrando em greve após começarem a ser substituídos/alterados, por IA.

"Eu não gostaria de trabalhar em uma indústria que tem como base números e algoritmos, pois desejo que estas decisões sejam feitas por paixão e calor humano que há em vários cineastas. Se existe esta relação, o público vai se sentir atraído e isso não há como um computador saber".

Sobre o Filme

Após o poderoso ciborgue Harlan (Simu Liu) começar uma guerra cibernética com o recorrente avanço da inteligência artificial, a agente especializada em controlar crimes tecnológicos, Atlas Shepherd (Jennifer Lopez) é escalada para detê-lo.

Embora ela não confie e não goste dos avanços da IA, ela se vê em um cenário que terá de unir forças com este recurso, para evitar algo pior.

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