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O plenário do Senado vota, na próxima terça-feira, em segundo turno, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia os direitos trabalhistas da empregadas e empregados domésticos, conhecida como PEC das Domésticas.
A votação, em primeiro turno, ocorreu na última terça- feira, e houve aprovação por unanimidade. Foram 70 votos favoráveis e nenhum contrário. Foi aprovada apenas uma emenda de redação, de modo que a matéria conserva o texto enviado pela Câmara dos Deputados.
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O Diário do Litoral esclarece as principais mudanças que vão ocorrer nesse setor. O texto estende aos empregados domésticos 16 direitos assegurados hoje aos demais trabalhadores urbanos e rurais regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), incluindo obrigatoriedade de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), hora extra e adicional noturno.
Além disso, passa a ser obrigatório o aviso prévio de 30 dias antes de demissão sem justa causa ou de pedido de demissão por parte do trabalhador.
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A categoria reúne 6,6 milhões de brasileiros, sendo a maioria formada por mulheres (6,2 milhões). Se o texto da Câmara for mantido também na próxima votação, a matéria seguirá para promulgação.
Patrão vai ter que controlar os horários
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Uma dúvida que está assustando os patrões é em relação ao controle de ponto das empregadas domésticas e de como eles farão isso. Os sindicatos das domésticas e dos patrões concordam num ponto: os patrões serão os responsáveis por controlar todos os horários das empregadas, inclusive com as suas horas-extras.
O Sindoméstica está elaborando algumas opções que devem estar prontas até amanhã. E, lembra, que as trabalhadoras não podem trabalhar oito horas sem intervalo para suas refeições.
Enfim, a polêmica está lançada. Presidente do Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo, Margareth Galvão Carbinato, diz à imprensa, que tem uma visão completamente diferente sobre a PEC 478/10, que classifica como uma proposta absurda.
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Ela diz que a inclusão de tantos direitos tornará inviável a contratação de uma empregada doméstica. “As empregadas domésticas estão batendo palmas para a proposta hoje, mas vão chorar amanhã. É óbvio que muitas serão demitidas”, diz Margareth.
Ela menciona pontos que deverão gerar polêmica na regulamentação dos direitos, como o pagamento de horas extras. “Como os patrões vão controlar o horário das empregadas? Quem garante que as horas extras de trabalho não foram usadas para ver televisão, passear ou falar ao telefone com as amigas?”, questiona.
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Todos os detalhes da nova lei da categoria
1- Recebimento de um salário mínimo ao mês inclusive a quem recebe remuneração variável.
2- Pagamento garantido por lei (o patrão não poderá deixar de pagar o salário sob nenhum pretexto ou argumento).
3-Jornada de trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais
4-Hora extra
5- Respeito às normas de saúde e segurança no trabalho
6- Proibição de diferenças de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivos de sexo, idade, cor ou estado civil ou para portador de deficiência
7- Proibição do trabalho noturno, perigoso ou insalubre ao trabalhador menor de 16 anos.
8- Adicional noturno e obrigatoriedade do FGTS
9- Seguro desemprego; salário- família; auxílio-creche e pré-escola
10-Seguro contra acidentes de trabalho e indenização em caso de despedida sem justa causa. E mais:: adicional noturno; obrigatoriedade do recolhimento do FGTS; seguro desemprego; salário-família; auxílio-creche e pré-escola, seguro contra acidentes de trabalho e indenização em caso de despedida sem justa causa.
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