Sindical e Previdência

MP do auxilio-doença do INSS perde a sua validade amanhã

Medida Provisória da revisão de auxílio doença do INSS só vale até hoje e Governo já prepara um projeto de lei sobre o assunto

Da Reportagem

Publicado em 04/11/2016 às 10:50

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A partir de amanhã as regras para se ter direitoaos auxílios do INSS voltam a ter quatro contribuições previdenciárias e não mais doze, como previa a MP-739 / Arquivo/DL

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O governo Michel Temer sofreu uma derrota no último dia 26 de outubro, quando tentou, e não conseguiu, que a Câmara Federal votasse a prorrogação da Medida Provisória da Revisão de Benefícios por incapacidade do INSS, também conhecido como ‘pente-fino” da previdência social.

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Com isso, hoje é o último dia para sua validade, e a partir de amanhã, segurados do INSS já podem requerer auxílio-doença com quatro meses de contribuição ao INSS, como ocorria antes da edição da medida provisória 739.

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A MP endureceu regras de acesso ao auxílio-doença, à aposentadoria por invalidez e de salário-maternidade, com programa de revisão de 530 mil auxílios-doença e 1,2 milhão aposentadorias por invalidez. O Governo, entretanto, prepara um projeto de lei a ser enviado, a partir de segunda-feira, ao Congresso Nacional, quando vai repetir o mesmo texto da medida provisória.

O pente-fino começou em setembro e o objetivo do governo era economizar cerca de R$ 6 bilhões ao ano –um mês após o início da checagem, o INSS já havia cancelado de 82% dos cerca de 5.000 benefícios analisados.

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A MP, que tem força de lei, foi editada em julho de 2016 e teria que ser votada pela Câmara e pelo Senado até hoje para não perder sua validade.

Na quarta, dia 26 de outubro, a base de Temer não conseguiu reunir quórum para votá-la, após os deputados ficarem em plenário até as 2h para aprovarem em segundo turno a proposta que congela o gasto federal por até 20 anos, prioridade de Temer em 2016.

Como não haveria mais sessão de votação na semana e por causa do feriado de Finados, foi decretado um feriadão durante toda a semana, o que fará com que a MP perca sua validade amanhã por falta de votação.

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O deputado federal Arnaldo Faria de Sá(PTB/SP), um do que articulou o esvaziamento do plenário no dia 26 de outubro para não possibilitar o quórum para votação, disse ontem ao Diário do Litoral que isso obrigou o Governo a editar um projeto de lei sobre o assunto.

“O Governo vai enviar o projeto, na próxima semana, para votação em caráter de urgência, mas nesse caso, teremos tempo de negociar e fazer emendas, pois o texto da MP será mantido e ele é cruel para segurados doentes e com invalidez. A partir de sábado (amanhã) tudo volta a ser como era antes, ou seja, para ter direito ao benefício, serão necessárias apenas quatro contribuições ao INSS e não mais 12 como consta na medida provisória”, justificou Arnaldo.

O deputado explica “ Quando uma MP “caduca” por falta de votação, o Congresso tem 60 dias para editar um decreto tratando dos efeitos que ela teve no período de vigência. Caso não seja aprovado esse decreto, os atos que vigoraram tornados válidos”..

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Problemas

No caso da MP do INSS, porém, haverá vários problemas jurídicos, entre eles o do princípio da isonomia. Haverá pessoas que perderam o benefício após a revisão e pessoas que, em igual situação, vão mantê-los unicamente pelo fato de não terem seus casos analisados.

A base de Temer tentou um acordo com a oposição para votar a medida mesmo sem quórum, mas o PT e demais partidos de esquerda não aceitaram.

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Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o governo sinalizou que vai encaminhar um projeto de lei sobre o tema logo após a semana do feriado.

A diferença em relação às MPs é que os projetos só passam a valer após serem aprovados pela Câmara e pelo Senado e serem sancionados pela Presidência da República, sem prazo definido.

Outra MP a perder a validade será a 738/2016, que abre crédito extraordinário de R$ 1,2 bilhão para o Tesouro quitar despesas com o BNDES.

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