05 de Maio de 2024 • 17:34
Embora Terracom tenha retomado parcialmente o serviço, nas ruas da cidade há muitos sacos de lixo acumulados / Matheus Tagé/DL
Uma reunião entre a Prefeitura de São Vicente, o Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), e a Terracom, que será realizada na manhã de hoje (22) pode dar solução ao impasse da coleta de lixo domiciliar na cidade. O serviço, paralisado no dia 11, foi retomado parcialmente (30%), na última quinta-feira (17). No entanto, muitos locais do município ainda não viram os coletores e os caminhões. Sacos e resíduos continuam acumulados em calçadas e canteiros centrais das avenidas.
“Nunca vi uma praia tão suja como essa. Estou aqui há 40 dias e o que vejo é muito lixo. Tem mais urubu na praia do que gente. Podia melhorar mais por causa do turismo”, disse Moisés Ferreira, que é do Rio Grande do Sul e está hospedado na cidade a trabalho. No Itararé, onde a Reportagem conversou com o gaúcho os sacos de lixo estão acumulados em alguns trechos da calçada que margeia a linha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). O mau cheiro é grande.
Praia
Na faixa de areia da praia do Itararé, entre a Pedra da Feiticeira e a divisa com o município de Santos, montes de areia com lixo chamam a atenção e espanta banhistas e turistas. “Eles passam com o trator limpando e não tem caminhão. Eles jogam aqui nos montes. Há mais de um mês está aí. O meu quiosque a gente limpa toda hora. Mas muita gente não quer ficar aqui. Prefere ir para Santos que a praia está limpa. Já perdemos clientes. É uma vergonha”, disse Ana Maria Borba, que mantém um quiosque na praia do Itararé.
Valores
O Diário do Litoral verificou no Portal da Transparência da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi) os valores referentes a coleta de lixo domiciliar e locações necessárias ao recolhimento de resíduos sólidos, na cidade. De janeiro até outubro deste ano, a empresa de economia mista, que é a responsável pela limpeza do município, repassou mais de R$ 20 milhões para três empresas do setor.
A Terracom, que recolhe e destina o lixo domiciliar na cidade, foi a empresa que recebeu o maior montante - R$ 18.716.452,64. Segundo apurado pela Reportagem, os valores são referentes a prestação de serviços e acordos. As notas fiscais dão conta de pagamentos referentes ao serviço do mês e resíduos de faturas anteriores.
A dívida da Prefeitura com a Terracom é de aproximadamente R$ 10 milhões. Os pagamentos ocorreram de janeiro a outubro, em uma média mensal de R$ 2 milhões em repasses.
No último mês foram repassados apenas R$ 400 mil. O contrato prevê a coleta do lixo e remoção dele diretamente nos caminhões coletores até o aterro Sítio das Neves, em Santos, devido ao fechamento da área de transbordo do Parque Ambiental Sambaiatuba.
A Kikow Obras e Locações, empresa que aluga máquinas e caminhões à Codesavi recebeu, de janeiro a outubro, R$ 1.415.277,48. O maior repasse, feito em diversas faturas – R$ 484.789,31 – foi em janeiro. A locação do maquinário e veículos também seria destinada ao recolhimento de material inerte descartado nas ruas.
A Foccus Gerenciamento de Resíduos, empresa contratada para a destinação final dos resíduos sólidos da cidade, recebeu entre janeiro e fevereiro deste ano R$ 593.000,00. De lá até outubro não constam mais pagamentos à empresa no Portal da Transparência.
O Diário do Litoral questionou a Codesavi sobre os valores dos contratos, serviços e dívidas da companhia com as empresas citadas, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.
Cotidiano
A Casa Anchieta reservou histórias de dor e sofrimento antes da intervenção antimanicomial
Cotidiano
É o melhor registro do segmento nos últimos 12 anos