Santos
Os manifestantes aproveitaram a visita do governador a Santos, para o ato cívico em homenagem ao aniversário de José Bonifácio
O motivo do protesto é o Projeto de Lei 733/2025, que propõe mudanças significativas na regulação do sistema portuário brasileiro / Igor de Paica/DL
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Na manhã desta sexta-feira (13), o Sindicato dos Estivadores realiza outra manifestação no Centro de Santos. Os manifestantes aproveitaram a visita do governador Tarcísio de Freitas a Santos, para o ato cívico em homenagem ao aniversário de José Bonifácio.
O motivo do protesto é o Projeto de Lei 733/2025, que propõe mudanças significativas na regulação do sistema portuário brasileiro. Para os trabalhadores, a proposta ameaça empregos, fragiliza direitos e pode afetar toda a economia da Baixada Santista.
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O estivador Célio de Sousa Brasil afirma que uma greve será decretada em todos os Portos do Brasil e que todo o setor se mobilizará.
'Trabalhador, seja consciente e venha para o movimento, venha para essa mobilização que está a nível nacional. São mais de 32 portos, mais de 30 portos em todo o Brasil, que no dia de hoje, dia 13, sexta-feira de junho, está mobilizado. E vamos decretar uma greve. Em breve, todos os portos vão parar. Venha para a luta, venha para a guerra'.
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De autoria do deputado Leur Lomanto Júnior (UNIÃO/BA), o Projeto de Lei 733/2025 propõe um novo marco regulatório para o setor portuário brasileiro, revogando a atual Lei nº 12.815/2013.
A proposta tem gerado polêmica, especialmente entre os trabalhadores dos portos públicos, como os do Porto de Santos.
Entre os principais pontos da PL estão a transferência de competências da União para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), inclusive para concessões de portos privados, além do aumento da autonomia das autoridades portuárias locais.
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Essa mudança, segundo especialistas, pode representar uma descentralização da gestão portuária, mas também levanta dúvidas sobre a fiscalização e a proteção aos trabalhadores.
Outro destaque do projeto é a criação de uma Câmara de Autorregulação e Resolução de Conflitos, que poderá definir normas e resolver disputas entre empresas e trabalhadores do setor.
Essa medida busca maior eficiência, mas causa preocupação entre os sindicatos, que temem perda de espaço na negociação de direitos trabalhistas.
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Além disso, a PL também altera profundamente o regime de trabalho nos portos públicos. Uma das mudanças mais criticadas é a flexibilização na contratação de trabalhadores portuários, que deixariam de ser intermediados exclusivamente pelo OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra).
O sindicato vê nessa alteração um risco de precarização e fragilização da categoria.
Enquanto a proposta aguarda tramitação nas comissões da Câmara dos Deputados, os trabalhadores seguem mobilizados e alertam: as mudanças podem atingir em cheio a economia do litoral paulista, altamente dependente das atividades portuárias.
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