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Santos

Tenente Coimbra teme que IML de Santos possa entrar em colapso

Deputado está cobrando explicações do Estado sobre suposto sucateamento do prédio localizado no Saboó

Carlos Ratton

Publicado em 08/06/2020 às 08:00

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Obras do novo prédio do IML estão paradas há meses / NAIR BUENO/DIÁRIO DO LITORAL

O deputado estadual Tenente Coimbra (PSL) protocolou um requerimento na Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) cobrando uma posição do Governo sobre o suposto sucateamento do prédio do Instituto Médico Legal (IML) de Santos que, segundo afirma, estaria entrando em colapso.

Conforme denúncias recebidas por Coimbra, problemas técnicos no Instituto estariam obrigando o envio de corpos para Praia Grande, além do efetivo ser insuficiente e faltar equipamentos adequados. "É uma situação escandalosa. Já denunciamos o descaso do Governo do Estado com o IML há meses e nada foi feito para resolver o problema. O povo de Santos e da Baixada Santista merece respeito", afirma o Tenente Coimbra.

Segundo o parlamentar, sem investimentos, o IML não consegue atender à demanda da Cidade, o que atrasa todo o processo de sepultamento das vítimas. O prédio onde funciona atualmente o IML - Avenida Martins Fontes, 1215, no Saboó - encontra-se em precárias condições, com graves e antigos problemas estruturais, chegando quase ao sucateamento. "Recebemos a informação de que as câmaras frigoríficas para armazenar os corpos estariam quebradas e, por isso, seria necessário o traslado dos corpos", completa o parlamentar.

No documento encaminhado ao Governo, Coimbra faz os seguintes questionamentos: desde quando o IML encontra-se fechado e por quais motivos; para onde estão sendo transportados os corpos para perícia; qual o tempo médio para liberação dos corpos; como encontra-se o local de trabalho dos médicos legistas; se há estrutura necessária para a realização de perícias; se há falta de equipamentos e de funcionários e o que impede a contratação de novos; se existe previsão de reabertura e reestruturação e, ainda, questões envolvendo a Covid-19.

ANO PASSADO.
A polêmica em relação ao prédio do IML não é novidade. Mas, ano passado, houve uma nova relacionada à possibilidade do equipamento ocupar um prédio na Rua Bernardo Browne, 122, no Estuário, em que também iria funcionar o necrotério. Para piorar, as obras de reforma do imóvel estão paradas, conforme constatado na última sexta-feira (5) pelo Diário, bem como, os trâmites legais para sua implantação.

Em dezembro último, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) garantiu que protocolou o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) na Prefeitura. Por sua vez, a Administração Municipal informou que sequer o Governo do Estado entrou com pedido formal de instalação do equipamento.

A SPTC explicava que a Prefeitura que analisaria o EIV e decidiria o andamento da reforma. Por sua vez, a Administração santista apontava que o imóvel era particular e cadastrado como comercial. O proprietário deu entrada na Prefeitura com uma comunicação de serviços internos, que de acordo com o Código de Edificações do Município, não exige licença.

"Depois da apresentação do EIV, serão exigidas ao empreendedor as medidas mitigadoras e compensatórias conforme análise da Comissão Municipal de Análise de Impacto de Vizinhança (COMAIV). Posteriormente, o projeto arquitetônico deverá ser licenciado na Secretaria de Infraestrutura e Edificações. Sem essas etapas, o equipamento não pode ser instalado", garantia a Prefeitura.

RESISTÊNCIAS.
Vale lembrar que audiências públicas realizadas em Santos apontaram que implantação do equipamento vem sofrendo resistência em parte dos moradores do bairro, que questionam que o prédio fica a apenas três metros de um prédio residencial e que sua instalação deve aumentar o fluxo de pessoas.

Eles têm medo da desvalorização dos imóveis do entorno e da instalação da Polícia Científica regional no prédio, que acabará proporcionando acondicionamento de drogas e armas, o que gerará insegurança entre os habitantes.

Numa das audiências, foi apresentada uma proposta alternativa de locação - um imóvel na Rua Martim Afonso, 141, próximo do Palácio da Polícia - por um valor bem inferior ao que será pago pelo Estado. O aluguel custará R$ 20 mil, ou seja, R$ 10 mil a menos do que o Estado pretende pagar no imóvel do Estuário (R$ 30 mil).

ESTADO E PREFEITURAS.
Questionada pela Reportagem, a a SSP-SP informou que o requerimento do deputado está sob análise e não respondeu sobre as obras do novo IML. Já a Prefeitura de Santos informa que "o representante legal do empreendimento e pelo estudo em questão (Secretaria de Segurança Pública do Estado de SP) apresentou os documentos necessários ao atendimento na íntegra do ART.20 da Lei Complementar 793/13, estando este, portanto, agora, apto a ser analisado pela Comissão Municipal de Análise de Impacto de Vizinhança - COMAIV.

Conforme preconiza a referida lei, quando for pautada em uma reunião da Comissão, a mesma deverá providenciar a publicação do Estudo de Impacto de Vizinhança no site da PMS e disponibiliza-lo por 30 dias para consulta e manifestação pública.

Além disso, a Lei Complementar estabelece o prazo de 60 dias, prorrogável pelo mesmo período, para a COMAIV finalizar a análise, aprovar ou não o Estudo e emitir o Parecer Técnico de Análise do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança - PTIV."

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