O forro do Teatro Coliseu apresenta diversos problemas / Igor de Paiva / Diário do Litoral
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Mesmo depois de tantos anos fechado para obras e dos milhões investidos na restauração da fachada, do mobiliário e das pinturas artísticas no teto, no foyer e nas galerias, a falta de manutenção básica no telhado provocou infiltrações no forro em gesso, que chegou a ruir nas áreas próximas às duas paredes laterais do prédio histórico. As portas e janelas em madeira maciça foram corroídas pela maresia e apodreceram na parte de baixo por desmazelo no tratamento contra a chuva após as primeiras obras de restauração do Coliseu.
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Para preservar as características originais de portas e janelas, moldes foram enviados para marcenarias, que construíram novas portas e janelas fieis às características originais.
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Agora, marceneiros trabalham no foyer do Teatro para dar o tratamento adequado que garanta uma sobrevida maior aos 20 conjuntos de portas com quase quatro metros de altura, compostas por duas folhas cada um.
“A gente está muito próximo do mar, a maresia corrói mesmo”, salienta a engenheira Viviane Scalia, fiscal da obra pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Edificações.
A chuva que penetrou pelas telhas também apodreceu caibros, estragou calhas e atravessou as grossas lajes de concreto. E a água comprometeu o acabamento em tons pasteis dos nichos do teto do foyer (hall de entrada), a contrastar com o viço do granito vermelho do piso e o brilho da madeira de lei que reveste o assoalho.
No vão central, a pintura artística circular com diâmetro aproximado de dez metros está desfigurada. E a pintura das paredes que separam os camarotes das galerias está descascando.
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Mas, a restauração desse patrimônio estético projetado pelo arquiteto espanhol João Bernils não está incluída no atual contrato, firmado com a Construtora Lemam em abril de 2023.
Nesta fase, só estão previstas as reformas do telhado sobre o palco e no terraço externo, também conhecido como piano bar, além da substituição do reboco em uma área com 1.849,97 metros quadrados do prédio anexo ao Teatro.
CAL E ÁGUA.
Certamente, a parte mais delicada neste contrato é a restauração dos 4.414,30 metros quadrados da fachada do Teatro. Como na época da construção do Coliseu não havia cimento, o trabalho tem que ser feito só com cal e água.
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A mistura fica fechada em tambores por 30 dias, o que provoca uma reação química que eleva a temperatura do composto a níveis muitos altos. Só depois desse prazo a água é separada da cal. A água, cuja composição já alterada pelo contato com a cal, é então aplicada nas paredes. E, só depois, a cal misturada a areia pode ser aplicada nas paredes, cujo reboco está sendo completamente retirado a ponto de os tijolos ficarem expostos.
Por ser menos aderente que o cimento, esse material não pode ser aplicado após dias de chuva. E, se no mesmo dia da aplicação cair uma chuva imprevista, todo o material é perdido e o trabalho precisa ser refeito.
A Lemam foi convocada para substituir a Spalla Engenharia, que foi a vencedora da licitação aberta em 2019 pela Prefeitura, ainda na administração Paulo Alexandre Barbosa (2013/2020).
CONTRATO E MULTA.
Porém, diante do suposto descumprimento de compromissos assumidos pela Spalla, a administração Rogério Santos (2021/2024) resolveu romper a parceria e convocar a Lemam, segunda colocada na licitação finalizada em 2019.
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Segundo a Diretoria de Comunicação da Prefeitura, a Spalla foi multada em R$ 1.077.787,07. A importância corresponderia a um terço do valor da obra. Ainda de acordo com o Município, a primeira contratada responde por inexecução parcial da obra, com as correspondentes sanções, de acordo com as cláusulas contratuais.