Macio, adocicado e com uma casquinha brilhante, ele se destaca pela textura e pelo sabor único, que faz parte do cotidiano santista há mais de um século. / Nair Bueno/DL
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No dia 16 de outubro, o mundo celebra o Dia do Pão, e em Santos, uma receita muito especial merece destaque: o pão de cará, uma verdadeira instituição local, encontrada em todas as padarias da cidade.
Macio, adocicado e com uma casquinha brilhante, ele se destaca pela textura e pelo sabor único, que faz parte do cotidiano santista há mais de um século. Hoje, faz parte do patrimônio imaterial de Santos, reconhecimento que reforça sua importância cultural e afetiva para os moradores da cidade.
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Apesar de atualmente o pão ser feito com farinha de trigo, leite e ovos, seu nome vem do cará, também conhecido como inhame, um tubérculo de origem asiática que já foi ingrediente principal da receita.
Até os anos 1970, o pão de cará levava, de fato, massa de cará cozido. Na época, a substituição parcial do trigo era comum, especialmente em períodos de escassez. Com o tempo e a estabilidade econômica, o ingrediente foi sendo abandonado pelas padarias, mas o nome ficou.
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Ao longo das décadas, o pão de cará passou por momentos curiosos. Nos anos 1960, por exemplo, era item comum da merenda escolar municipal.
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Já em 1970, foi o centro de um caso policial, quando pães descartados por ordem da vigilância sanitária voltaram para a vitrine de uma padaria, e funcionários revoltados colaram um aviso: “Cará envenenado”. A história terminou com o estabelecimento interditado.
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Hoje, o pão de cará é um símbolo da identidade santista. Embora existam variações semelhantes em outras regiões, nenhuma cidade abraçou essa iguaria como Santos.