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Café! Preço do robusta bate recorde e pode impactar espresso e mudar 'blends'

Preço da saca de 60 quilos ultrapassa os R$ 1 mil no campo e cotações disparam nas bolsas internacionais

Nilson Regalado

Publicado em 05/04/2024 às 07:15

Atualizado em 05/04/2024 às 08:35

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No acumulado de março, a valorização foi de expressivos 13,3% ou R$ 111,67 em cada saca / KARL FREDRICKSON / UNSPLASH

A saca de 60 quilos do café robusta atingiu na última quarta-feira o maior valor da história no Espírito Santo, o maior produtor dessa variedade no Brasil, seguido pelo estado da Rondônia. Pela primeira vez, a cotação da saca do robusta atingiu os R$ 1 mil. Na Bolsa de Londres, a tonelada do grão também quebrou recordes nesta semana.

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Apesar da disparada nos preços no campo e nas bolsas internacionais, conforme notíciado no último dia 15, quando o preço do café usado no espresso disparou e atingiu o maior valor desde 2016, a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) não cogita repasses imediatos ao consumidor.

O robusta tem menos qualidades sensoriais que o café arábica, e é usado principalmente nos cafés expressos devido ao seu alto teor de cafeína. Mas, ele também entra na composição dos ‘blends’, que é a mistura de grãos que depois é torrada, moída e chega às gôndolas dos supermercados.

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O motivo para toda essa alta nas cotações do robusta, que no Brasil também é conhecido como conilon, são eventos climáticos extremos que derrubaram a produção no Vietnã e na Indonésia, dois grandes produtores e exportadores dessa variedade. Sem grão suficiente para atender a demanda, os asiáticos têm vindo buscar conilon no Brasil. Em dezembro, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a produção vietnamita poderia cair 12% na comparação com as previsões iniciais da safra.

No acumulado de março, a valorização foi de expressivos 13,3% ou R$ 111,67 em cada saca, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola de Agronomia da USP. Na comparação com março de 2023, a alta é de 38,1%.

E o temor, especialmente da indústria é que a alta nas cotações do conilon comece a contaminar também o café arábica, que começa a ser colhido neste mês, especialmente em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná. A expectativa é de um terceiro ano seguido de crescimento na colheita neste ano-safra no Brasil.

E a indústria brasileira passou a utilizar mais do café conilon em seus ‘blends’ nos últimos anos, o que acabou sendo aceito pelo consumidor final. Mas, os altos preços do robusta agora trazem nova preocupação para o setor. Historicamente, o conilon sempre foi mais barato que o arábica devido à sua menor riqueza sensorial e à sua rusticidade. Agora, com o rally internacional pelo robusta, o preço dos das duas variedades está muito parelho.

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