21 de Outubro de 2024 • 18:33
Além de estar às vésperas de voltar a contar com um cronograma presencial, a edição 2022 da Ação do Coração também está retornando com uma novidade especial na forma do 'Pão do Coração', que já vem sendo distribuído em pontos estratégicos da Baixada Santista e seguirá chegando às mãos de quem mais precisa.
Nas oito edições realizadas até 2019, todas presenciais, a Ação do Coração reuniu 230 mil pessoas e distribuiu mais de 1 milhão de corações confeccionados por voluntários, além de mais de 200 toneladas de alimentos, 49,7 mil brinquedos e 258 mil peças de roupas.
A campanha idealizada por Alexandre Camilo é realizada em memória do irmão, o ator Eduardo Furkini, e teve origem em uma ação semelhante, que ambos presenciaram em uma viagem à Europa. De acordo com ele, a celebração mudará de data para esta retomada.
"Pela primeira vez vamos fazer a Ação num domingo, dia 7, e não tradicionalmente no dia 2. E por que isso? Para que nesse domingo os familiares, amigos, que a gente ir com a família pro Centro de Santos para receber afeto, acolhimento e esses corações", afirma Alexandre Camilo.
Apesar disso, o dia 2 ainda contará com a realização da "Oração do Coração", que deverá reunir líderes religiosos de diversas correntes. Camilo afirma que o dia 7 de agosto contará com várias atividades, mas a grande novidade, e que já deu o ponta pé inicial, se dá com a introdução do 'Pão do Coração', que também foi criado a partir de uma inspiração de Camilo.
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"Eu fui fazer uma visita especial, uma entrega de alimentos em uma ocupação e aí eu cheguei lá e eu via tanta gente, e eu nunca tinha ido numa ocupação, e é terrível porque em palafitas, numa comunidade, a gente já fica impressionado, mas em uma ocupação não tem porta, não tem janela, são panos pendurados, tudo aberto, uma quantidade e um cheiro, porque não tem esgotos, não tem saneamento básico, nada, nada".
"E aí eu vi a fila de gente, eles estavam dando sopa e as pessoas vinham dos prédios com potes de plástico, potes de sorvete, esses potes assim de plástico até a panela e uma das meninas falou assim: 'A gente vai dividir. Come um pouco hoje e come um pouco amanhã no café'. E aí eu perguntei o motivo e ela falou que era porque não tinha pão", explica.
Emocionado com a situação, Camilo decidiu que a Ação do Coração deste ano passaria a contar com a fabricação de pães e foi quando o nome 'Pão do Coração' surgiu em conjunto que reuniu Associação Eduardo Furkini, o Instituto Manah, a Associação de Amigos da Vila Valença e o Projeto Recicla SV.
"O Júlio Rocha é um homem que não tinha experiência em panificação, mas tem um grande coração e aí ele fez um curso e eu pedi que fosse feito um pão que fosse muito leve à base de ovos, pra ser nutritivo, e leve. O pão é uma delícia, a gente bate muito a massa e então ela fica leve e aí a gente distribui em São Vicente e em Santos", finaliza Camilo.
Atualmente, as distribuições já vêm sendo feitas em uma instituição que cuida de adultos especiais em Santos, em um lar de idosos localizado na divisa entre Santos e São Vicente e na comunidade do México 70. Os pães também poderão ser adquiridos futuramente e todo o lucro obtido com os produtos será revertido para comprar mais farinha e ingredientes para os pães.
A produção dos alimentos já vem sendo realizada há mais de um mês e a quantidade de pães produzidos superou toda e qualquer expectativa.
"Eu ganho as farinhas, tem uma empresária que me dá, mas a gente também doa e vende os pães também justamente pra comprar os materiais pra estar podendo produzir mais pães. Eu faço os pães aqui de duas a três vezes por semana. A gente prepara a massa na máquina e pra bolear o pão, fazemos à mão, pra ficar naquele formato redondinho. Já chegamos a fazer 600 pães aqui em um dia, por ser artesanal é muito pão. Já produzimos 82 mil pães em todo este tempo", conclui o padeiro Julio Rocha.
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