Política

Operação Zelotes vai analisar 230 mil e-mails

O trabalho visa desvendar o suposto esquema de corrupção no Conselho de Recursos Administrativos Fiscais (Carf), órgão que funciona como uma espécie de “Tribunal da Receita”

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 21/04/2015 às 12:23

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A força-tarefa que atua na Operação Zelotes deverá analisar 230 mil e-mails e 2.300 horas de interceptações telefônicas autorizadas pela justiça. O trabalho visa desvendar o suposto esquema de corrupção no Conselho de Recursos Administrativos Fiscais (Carf), órgão que funciona como uma espécie de “Tribunal da Receita”.

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Os números foram mencionados pelo procurador da República que coordena as investigações, Frederico Paiva, ao Conselho Superior do Ministério Público. Ao apresentar os dados, Paiva submeteu ao Conselho um pedido de afastamento por 60 dias de um cargo que ocupa no 6.º Ofício de Combate à Corrupção, sob a justificativa do volume de trabalho acumulado com a Operação. A solicitação do procurador foi aprovada pelos membros do Conselho, presidido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na manhã de ontem (20). De acordo com Paiva, a análise do material é referente a 43 investigados.

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No início do mês, o Conselho Superior do Ministério Público aprovou a criação de uma força-tarefa para cuidar exclusivamente da Operação Zelotes. Paiva é o coordenador do grupo, que conta com mais três procuradores da República. Além do coordenador, compõem a força-tarefa os procuradores José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho, os dois da Procuradoria Regional da República da 1.ª Região, e Rodrigo Leite Prado, da Procuradoria da República em Minas Gerais.

Investigações

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A Operação Zelotes, deflagrada em 26 de março, investiga 74 processos que somariam R$ 19 bilhões em fraudes contra o fisco. Segundo a PF, foram constatados prejuízos de, pelo menos, R$ 6 bilhões aos cofres públicos - valor três vezes maior do que o desviado da Petrobrás por meio do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato (R$ 2,1 bilhões). O Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, é responsável por julgar processos relacionados a autuações fiscais da Receita Federal.

As ações do Carf foram suspensas logo após a Operação ter sido deflagrada pela PF e a previsão é de que atividades do Conselho sejam retomadas em breve. Para isso, o governo vai abrir consulta pública com propostas de mudanças na estrutura e no funcionamento do órgão, o que deve ter início na próxima quinta-feira, de acordo com o Ministério da Fazenda.

Figuram entre os investigados na Operação bancos, grandes empresas e montadoras. A suspeita é de que essas companhias se livraram do pagamento de dívidas com o Fisco mediante repasse de suborno a integrantes do Conselho.

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Entre os investigados estão os bancos Bradesco, Santander, Safra Pactual e Bank Boston, as montadoras Ford e Mitsubishi, além da gigante da alimentação BR Foods.

Na relação das empresas listadas na Operação Zelotes também constam Petrobrás, Camargo Corrêa e a Light, distribuidora de energia do Rio.

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