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Política

CPI quebra sigilo de Barros, Wassef e influenciadores bolsonaristas

A ação se deu um dia após Ricardo Barros ter sido incluído na lista de investigados da CPI da Covid, pelo seu suposto envolvimento na aquisição da vacina Covaxin

Da Reportagem

Publicado em 19/08/2021 às 15:06

Atualizado em 19/08/2021 às 16:45

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Senadores pediram à Receita Federal a relação de empresas das quais Barros e Wassef participaram nos últimos cinco anos / Marcelo Camargo/Agência Brasil

A CPI da Covid aprovou nesta quinta-feira (19) a quebra de sigilo fiscal do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, e de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro.

A ação se deu um dia após Ricardo Barros ter sido incluído na lista de investigados da CPI da Covid, pelo seu suposto envolvimento na aquisição da vacina Covaxin, como mostra o vídeo abaixo. Barros prestou depoimento à CPI em 12 de agosto. Sobre Wassef, senadores querem apurar se o advogado teve algum envolvimento no processo de aquisição de vacinas contra a Covid-19.

Senadores pediram à Receita Federal a relação de empresas das quais Barros e Wassef participaram nos últimos cinco anos, incluindo eventuais sociedades anônimas.

Os parlamentares desejam saber o faturamento, a relação de notas fiscais emitidas, os maiores clientes e fornecedores e detalhamento do lucro dessas empresas, além de informações relacionadas a “indícios de crimes, fraudes, irregularidades ou comportamentos e movimentações atípicas”.

 

Blogueiro bolsonarista

A quebra de sigilo bancário e fiscal do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, também foi aprovada pelos senadores. Ele é alvo de dois inquéritos em andamento no STF e de uma denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal nesta quarta-feira (18).

Ao todo, os senadores aprovaram 187 requerimentos nesta quinta (19). Os pedidos visam possibilitar aos parlamentares o avanço nas investigações sobre: a aquisição de vacinas por meio de empresas intermediárias; o uso de hospitais federais do Rio de Janeiro para desvio de verbas; o financiamento e a propagação de notícias falsas sobre a pandemia do coronavírus. 

Em um dos requerimentos aprovados, Calheiros aponta que há entre diversas pessoas citadas registros de “passagens de recursos e/ou relacionamentos comerciais com origem ou destino na empresa Precisa Medicamentos, seus sócios, familiares destes e outros investigados por esta CPI”.

Também foram aprovados os requerimentos de convocação de Roberto Pereira Ramos Junior, presidente do FIB Bank, do advogado Marconny Nunes Riberto Albernaz, e de José Ricardo Santana, empresário que participou de jantar no qual teria havido cobrança de propina por parte do então diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias – o ex-diretor nega as acusações.

 

Requerimentos aprovados

À Receita Federal, a CPI solicitou dados fiscais sobre: Ricardo Barros (PP-PR), deputado federal; Frederick Wassef, advogado; Marcelo Bento Pires, coronel da reserva e ex-assessor do Ministério da Saúde; Thais Moura Amaral, assessora especial da Secretaria de Governo; Danilo Cesar Fiore; Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa Medicamentos; José Carlos da Silva Paludeto; Global Gestão em Saúde; R.C.6 Mineração; XIS Internet Fibra; Instituto de Florestas do Paraná; Construtora Magalhães Barros; Centro de Educação Profissional Técnico Maringá; AKB Magalhães Barros Locações.

Os senadores aprovaram a quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico e telemático de: José Ricardo Santana, ex-secretário executivo da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED); Empresa Brasil Paralelo; Márcio Luis Almeida dos Anjos; Global Gestão em Saúde; ML8 Serviço de Apoio Administrativo; Maia e Anjos advocacia; Emanuel Catori; Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários); FIB Bank; XIS Internet Fibra; Filiais da Precisa Medicamentos; Primarcial Holding.

Também foi aprovada a quebra de sigilo bancário e fiscal de: Allan dos Santos, blogueiro; Precisa Medicamentos.

Os senadores solicitaram ao Coaf relatórios de inteligência sobre: Danilo Berndt Trento; Empresa Cetest; Organização Social Instituto Solidário; Cruz Vermelha Brasileira – Filial do Rio Grande do Sul; Allan dos Santos, blogueiro; diretores e ex-diretores de hospitais federais do Rio de Janeiro.

A comissão aprovou a convocação de: Roberto Pereira Ramos Junior, presidente do FIB Bank; Marconny Nunes Ribeiro Albernaz de Faria, advogado; Jaime José Tomaselli, executivo da World Brands; Emanuel Catori, sócio da Belcher Farmacêutica; José Ricardo Santana, ex-secretário executivo da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamentos (CMED); Luiz Henrique Lourenço Formiga, diretor do FIB Bank. 

Também foi aprovado o convite para que a deputada Joenia Wapichana (Rede-RR), coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Povos Indígenas, preste depoimento à CPI.

Foi aprovada, ainda, a transferência do sigilo telemático de perfis em redes sociais, são eles: Verdade dos Fatos; Movimento Conservador; Farsas do Covid-19; Patriotas; Brasil de Olho; e Alemanha Comentada.

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