Sindpesp aciona a Justiça contra a Operação Sufoco / Foto: Divulgação
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O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) ingressou hoje (19) com Ação Civil Coletiva contra o Governo do Estado visando coibir a escala abusiva imposta aos Delegados de Polícia e que afeta também os demais policiais civis e militares para a cobertura da Operação Sufoco.
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A Operação Sufoco é uma manobra do Governo do Estado para ampliar a presença policial nas ruas, sem realizar a contratação de policiais. A medida determina que os policiais devem trabalhar mais, em seus períodos de folga, para combater a criminalidade no Estado de São Paulo.
O Estado vive um aumento de casos de roubos e furtos, especialmente de celulares para transferências via PIX.
"A Operação Sufoco é o reconhecimento do Estado de que a segurança em São Paulo é deficiente por falta de policiais. Quando o governo diz que vai sufocar o crime com mais policiais nas ruas, ele assume que a criminalidade existe por falta de policiamento e investigação", explica Raquel Kobashi Gallinati, presidente do Sindpesp.
"Só que ao invés de reconhecer e contratar mais policiais civis e militares, que seria a iniciativa correta e óbvia, o governo joga essa conta no policial, que vai ter que trabalhar mais, vendendo sua folga. É um tapa buraco, uma iniciativa para dar à população uma falsa impressão de investimento em segurança em ano eleitoral", completa a delegada Raquel.
Na ação, o Sindpesp argumenta que o Estado ignora o déficit de mais de 15 mil policiais civis no Estado e que a operação pressiona os policiais abdicarem de seu descanso e convívio familiar para complementar sua renda, visto que São Paulo paga um dos piores salários do Brasil aos seus policiais.
A medida judicial também visa impedir represálias ou abuso em escalas de trabalho aos policiais que se recusarem a participar da Operação Sufoco.
Foi solicitado segredo de Justiça no processo, visto que a ação expõe modelos sigilosos de escalas de trabalho policial.