X

Polícia

Polícia investiga se assassinos de PM foram executados

O latrocínio de Arides Luis da Costa, de 44 anos, é a principal linha de investigação da força-tarefa montada pela Secretaria da Segurança Pública do Estado para apurar o envolvimento de policiais militares na chacina

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 14/01/2014 às 20:26

Comentar:

Compartilhe:

A-

A+

A Polícia Civil investiga a possibilidade de os dois assaltantes que mataram um policial militar de folga em uma tentativa de roubo na tarde de domingo, na periferia de Campinas, no interior de São Paulo, não estarem entre as 12 vítimas dos assassinatos em série, que aconteceram na mesma região da cidade, num prazo de quatro horas. As vítimas, com idades entre 17 e 30 anos, foram executadas com tiros na cabeça e no peito por homens encapuzados.

O latrocínio do PM Arides Luis da Costa, de 44 anos, é a principal linha de investigação da força-tarefa montada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado para apurar o envolvimento de policiais militares na chacina. O secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, esteve em Campinas nesta terça-feira, 14, para dizer que o esclarecimento do caso "é prioridade de governo" e defender a atuação da Polícia Militar (PM), apesar de não descartar o envolvimento de policiais em crimes.

"Nenhuma hipótese está descartada. A Polícia Militar tem relevantes serviços prestados à comunidade e cerca de 90 mil homens. Portanto, uma instituição com esse tamanho pode sim, eventualmente, ter pessoas que tenham desvios", afirmou o secretário. "Por ora, é cedo para afirmar qualquer coisa, não temos os laudos e estamos ouvindo as testemunhas. A polícia não vai descansar enquanto esse caso não for esclarecido, é compromisso de governo", afirmou Grella.

Para ajudar nas investigações, a polícia divulgou nesta terça-feira as imagens do assassinato do policial no posto de combustível, quando ele tenta desarmar os dois assaltantes, entra em conflito com um deles e leva um tiro na cabeça. De acordo com o secretário de Segurança Pública do Estado, as imagens foram divulgadas para que a população forneça informações, por meio do disque-denúncia, sobre os acusados. "Pelo perfil das pessoas, quem as conhece poderá identificar." As imagens das câmeras de segurança do posto mostram os dois criminosos de capacete e, depois, saindo de lado com as cabeças descobertas.

Uma irmã de uma das vítimas, que pediu para não ter o nome divulgado, afirmou que no bairro Vida Nova, onde cinco dos 12 mortos foram executados, a informação é de que os envolvidos no latrocínio do policial não estão entre os mortos. A Polícia Civil também vai apurar o fato de a PM não ter comparecido ao local de alguns dos assassinados. A maioria das ocorrências foi atendida pela Guarda Municipal. Perguntado, Grella afirmou que o fato "também é objeto das investigações". "Tem de ser esclarecido para que, se ele for confirmado, possamos tomar providências", afirmou.

Extermínio

O ouvidor das Polícias do Estado, José César Fernandes Neves, reforçou as suspeitas de envolvimento de PMs nos assassinatos. Ele esteve nesta terça em Campinas acompanhando o enterro de uma das vítimas e conversou com familiares. "Os depoimentos indicando a existência de um grupo de extermínio reforçam essa suspeita de envolvimento de policiais", afirmou.

VEJA TAMBÉM

ÚLTIMAS

Cotidiano

Veículo desgovernado provoca caos em túnel na Imigrantes; VEJA

Acidente foi flagrado por outros motoristas

Nacional

Papa Francisco irá doar mais de meio milhão para Rio Grande do Sul

No domingo, na Praça de São Pedro, Francisco prometeu rezar pela população do Estado

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software

Newsletter