Clube 'culpa' Valdivia por ira da Mancha, mas reforçará segurança

Os jogadores, preocupados com a segurança, passaram a responsabilizar exclusivamente o gesto obsceno do chileno para um torcedor

12 MAR 2013 • POR • 13h55

Menos de uma semana após membros da Mancha Alviverde tentarem agredir Valdivia em um aeroporto de Buenos Aires, os jogadores, preocupados com a segurança, passaram a responsabilizar exclusivamente o gesto obsceno do chileno para um torcedor, com o intuito de diminuir a sensação de que a organizada é violenta. Mas a diretoria vai mudar a logística das próximas viagens.

Para o jogo da última quarta-feira, contra o Tigre, mesmo com o temor inicial da recepção na Argentina, a delegação foi só com dois seguranças, metade do número usado na viagem para o Paraguai, na semana anterior, para a partida contra o Libertad. O presidente Paulo Nobre acreditou nas palavras de dirigentes do clube argentino e diminuiu seu contingente. Mas se esqueceu de sua própria torcida.

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Causou estranheza no clube a viagem com uma dupla de seguranças. Mesmo os jogadores comentaram entre eles, principalmente após a confusão na Argentina, que a diretoria optou por economizar em um setor fundamental. O argumento é de que os seguranças conhecem os membros mais violentos da Mancha e, por isso, poderiam intimidá-los com mais facilidade antes de qualquer problema.

Agora, inclusive em viagens pelo Brasil, no interior paulista ou até em partidas na capital, pelo menos quatro seguranças devem acompanhar a delegação, o dobro do número que costuma acompanhar comissão técnica e jogadores. A medida também é uma garantia após o rompimento das relações com organizadas, anunciado na quinta-feira por Nobre.

Mas uma orientação importante é que os jogadores se cuidem não só evitando festas e baladas. O pedido é que o elenco saiba lidar com a pressão. Dirigentes, comissão técnica e atletas, incluindo o próprio Valdivia, acreditam que o gesto de apontar os órgãos genitais para Zeca Urubu, membro da Mancha que já trocou agressões com João Vitor e Fabinho Capixaba, despertou a ira da organizada.

“Foi um episódio isolado pela atitude que um jogador tomou e que desagradou. Se não tivesse aquilo no aquecimento, talvez nada teria acontecido”, comentou Márcio Araújo, que se posicionou à frente do meia para evitar agressões.

“Não tive medo, tanto que levantei. E se não tivéssemos nos manifestado, seria bem pior. Mas sobrou para um, sobrou para todos”, discursou o volante, também contestado por boa parte da torcida.

Com um tom de voz calmo, Márcio Araújo sugere o mesmo para os colegas. “A pressão por ter caído (no Brasileiro) existe, e temos que conviver não só com a nossa torcida. Somos chacoteados por todas as torcidas. É normal, precisamos saber lidar”, indicou.