Triste com morte em Oruro, Kleina pede atenção da Conmebol ao Tigre

O técnico pede à Confederação Sul-americana um olhar mais atento ao Tigre, que se envolveu em confusão com o São Paulo

22 FEV 2013 • POR • 21h20

A morte do boliviano Kevin Espada, de 14 anos, atingido por um sinalizador vindo da torcida corintiana nessa quarta-feira, em Oruro, deixou Gilson Kleina entristecido. E em alerta. Em meio às punições impostas pela Conmebol, o técnico do Palmeiras pede à Confederação Sul-americana um olhar mais atento ao Tigre, que na final da Sul-americana do ano passado se envolveu em confusão com o São Paulo.

“A Conmebol precisa ficar atenta às equipes que jogam muito mais no contato físico, precisa de uma disciplina mais forte em relação à violência nos campos, e a arbitragem tem que coibir a violência onde for. O que não pode é a delegação do Palmeiras ter problemas, assim como nenhuma delegação que chega ao Brasil”, disse o treinador.

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Em dezembro, no sorteio das chaves da Libertadores, o então gerente de futebol do Verdão, César Sampaio, foi tranquilizado por dirigentes do Tigre, mas a conversa não adiantou para Kleina. O técnico ainda arregala os olhos ao falar do assunto, com temor de represálias. “Espero que não tragam o que aconteceu na disputa com o São Paulo. Temos que chegar lá e jogar futebol, mas atentos para não termos outra situação.”

Além do estilo de jogo do Libertad, que venceu o Tigre na Argentina e receberá o Palmeiras em Assunção na quinta-feira, o que chamou atenção de Kleina foi a postura de muitos jogadores do Tigre, chamando adversários para briga. O técnico acha que a Conmebol devia usar essas imagens para puni-los. A preocupação é clara para o encontro entre Verdão e Tigre no dia 6, na Argentina.

“O que move uma praça esportiva é a emoção. Se ela não for bem dirigida, pode gerar uma tragédia muito grande. Cabe a nós sempre passar um discurso de serenidade e ver o futebol como é, um esporte que pode ter três resultados, não mais do que isso”, ressaltou Kleina, enfatizando sua frase de que “futebol é meio de vida, não de morte”.

O falecimento do boliviano deixou o técnico chateado. “É uma vida, um garoto que foi assistir a um jogo de futebol e não voltou para casa. Quando é longe da gente, é estatística, mais um, mas poderia ser um ente nosso ou qualquer um de nós. É uma tragédia. Queremos punições”, afirmou, lembrando, porém, que no ano passado sofreu com a perda de mando de campo por ações da torcida no Brasileiro e, por isso, não quis precisar se a pena imposta ao Corinthians é correta.

“Uma certeza é que não se pode entrar no estádio com esse tipo de artefato (sinalizador). É inadmissível, mas infelizmente só se toma uma atitude depois que as coisas acontecem. Vemos em grandes jogos do Brasil ônibus recebidos com pedradas, bombas estourando nos estádios. Isso tem que acabar, temos que melhorar nossa segurança e fiscalização. Vamos sediar uma Copa do Mundo”, ressaltou Gilson Kleina.