Advogado de Renan protocola defesa no STF para entregar sigilos

Como tramita em segredo de justiça, ainda não há mais informações sobre todos os atingidos pela medida e o teor da solicitação

14 MAI 2015 • POR • 18h10

A defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta tarde manifestação na ação que libera para as investigações da Operação Lava Jato as movimentações bancárias e fiscais do parlamentar.

Um pedido de quebra de sigilo bancário e fiscal foi apresentado ao STF no último dia 7, pela Polícia Federal, no inquérito que apura suposto envolvimento de Renan e do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) no esquema de corrupção e propina envolvendo a Petrobras.

Leia Também

PT quer convocar Aécio e Agripino na CPI da Petrobras

Chioro: Brasil enfrenta "tecnicamente" epidemia de dengue

Cunha condiciona reforma política ao 'distritão'

Cunha foi 'destinatário' de propina, diz Youssef

Como tramita em segredo de justiça, ainda não há mais informações sobre todos os atingidos pela medida e o teor da solicitação. O procedimento ainda precisa ser aprovado pelo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki. Antes da decisão de Teori e do conhecimento dos detalhes do pedido da PF, no entanto, a defesa de Renan franqueou ao STF o acesso às movimentações bancárias e fiscais do senador voluntariamente.

A defesa alega que Zavascki "sequer" deve "ocupar seu tempo e esforços" para apreciar o pedido da Polícia Federal. Na peça, os advogados manifestam "perplexidade" com o pedido de quebra de sigilo e apontam que Renan adotou postura de cooperação desde o início das investigações.

A defesa alega também que o presidente do Senado não teme o aprofundamento das investigações e, por outro lado, aguarda "com tranquilidade" o andamento do caso. As divergências entre a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República que, há cerca de um mês geraram a suspensão temporária de depoimentos na Lava Jato, também são mencionadas pela defesa de Renan.

O pedido de quebra de sigilo foi feito pela PF, mas já há um parecer da PGR sobre a medida. O conteúdo da avaliação da procuradoria, contudo, ainda é mantido em segredo de justiça. Mais cedo, no Congresso, o senador Renan Calheiros afirmou que entregaria "todos" os sigilos ao STF. Questionado, confirmou que liberaria as movimentações bancárias, fiscais e telefônicas. A peça protocolada no Supremo, no entanto, cita apenas as informações relativas a bancos e dados fiscais.