Vacina contra o HPV poderá ser gratuita à população masculina

Segundo o Projeto de Lei, estudos recentes apontam que a doença, geralmente associada às mulheres, também acomete os homens, podendo provocar câncer

14 MAI 2015 • POR • 17h45

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) poderão oferecer gratuitamente à população masculina entre nove e 45 anos de idade a vacina contra o HPV (Papilomavírus humano). Esta, pelo menos, a proposta que consta do Projeto de Lei 669/2015, de autoria do deputado Edmir Chedid (DEM), que está em análise na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo (Alesp).

“A ideia é que o Poder Executivo forneça, gratuitamente e de forma permanente, a vacina quadrivalente contra HPV em todas as unidades públicas de saúde do Estado, independente de prescrição médica. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde deverá, de acordo com o Projeto de Lei, realizar campanhas anuais de vacinação da população masculina contra a doença”, declarou.

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Edmir Chedid explicou que a Secretaria também poderá realizar, caso o PL seja aprovado, campanhas de esclarecimento à população sobre a incidência do HPV em pessoas do sexo masculino, bem como as formas de transmissão e prevenção, com divulgação em todo o Estado. “Afinal, o Brasil é um dos líderes mundiais em incidência de HPV, fato que nos preocupa”, complementou.

Segundo o Projeto de Lei, estudos recentes apontam que a doença, geralmente associada às mulheres (esta doença é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero), também acomete os homens, podendo provocar câncer. Especialistas, no entanto, acreditam que o número menor de registros entre homens se deve a baixa procura por serviços de saúde por preconceito.

“A revista The Lancet analisou voluntários de três países, incluindo o Brasil, e constatou que o HPV atingia 50% dos homens. Dos voluntários do Brasil, todos residiam no Estado de São Paulo. Este resultado é superior ao percentual demonstrado em outros estudos com mulheres”, concluiu.

HPV

No argumento anexado ao Projeto de Lei 669/2015, o parlamentar garantiu que “há ainda profundo desconhecimento da população acerca da existência de vários tipos de HPV, quais deles estão associados ao câncer e a qual tipo de câncer”. Segundo ele, além do câncer de colo de útero e do câncer anal, o HPV pode aumentar riscos de câncer de cabeça e pescoço.

Embora pouco conhecido entre os brasileiros, o HPV se destaca entre as doenças sexualmente transmissíveis (DST) mais comuns no mundo. O contágio ocorre principalmente por via sexual, mas, ao contrário do HIV, o uso de preservativo não é tão eficaz. Atualmente, não há no Estado de São Paulo nenhum método específico de detecção de rotina para os homens.