Não tenho problema com privatização, afirma Haddad

No dia seguinte à aprovação da Câmara Municipal de uma lei de Haddad para terceirizar terminais de ônibus, o prefeito negou que a proposta seja de privatização

14 MAI 2015 • POR • 14h23

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na manhã desta quinta-feira, 14, que é favorável a privatizações em caso de benefício à população. "Por exemplo, a Prefeitura está vendendo uma gleba na Cidade Tiradentes. É uma privatização. Não vejo nenhum problema com isso", afirmou, em visita ao Parque do Rodeio, no extremo leste da capital. O lote, de 632 mil metros quadrados, deve ser vendido por preço estimado de R$ 73 milhões. A condição, entretanto, é que a empresa compradora erga ali um complexo comercial e de serviços.

No dia seguinte à aprovação da Câmara Municipal de uma lei de Haddad para terceirizar terminais de ônibus, o prefeito negou que a proposta seja de privatização.

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"Tem gente que considera que toda e qualquer parceria, mesmo que temporária com o setor privado, é privatização. Aí é uma questão semântica. Eu não considero. Eu considero privatização a alienação de um bem", explicou. "Quando você faz uma parceria e aquele bem retorna para o âmbito do Estado, eu não considero privatização porque aquele bem continua público. Ele só está sendo administrado em parceria com o setor privado, é diferente."

Segundo Haddad, a proposta que permite a concessão dos 29 terminais da cidade à iniciativa privada por um prazo de até 30 anos é de concessão, diferentemente de uma parceria público-privada (PPP).

"Concessão exige lei específica de acordo com a Lei Orgânica (do Município). Diferente de uma PPP que tem uma lei genérica. Vamos começar a estudar quais são os terminais que podem ter interesse da iniciativa privada para que eles mantenham o terminal em troca da exploração do potencial de aproveitamento do terreno", declarou.

O prefeito afirmou que há um "mapeamento superficial" sobre os coletivos com possibilidade de privatização e adiantou que a ideia é ter shoppings nos terminais, nos moldes da Estação Santa Cruz, da Linha 1-Azul do Metrô.

Assembleia

Motoristas e cobradores realizam nesta quinta-feira uma assembleia que irá definir os rumos da campanha salarial. O sindicato exige 15,5% de reajuste salarial e aumento do valor de outros benefícios. A proposta das empresas é de aumento de 7 21%.

Questionado sobre a possibilidade de decisão pela greve, Haddad disse que a expectativa da Prefeitura é de que não haja. "Mesmo havendo uma negociação aberta, havendo divergência, a Justiça já decidiu pela essencialidade do serviço público de transporte", afirmou o prefeito.

"O que nós estamos fazendo chegar aos dois sindicatos é que observem as decisões judiciais a respeito da essencialidade do serviço de transporte público. Transporte público é essencial e não pode faltar para a população", considerou Haddad.