Solução para o lixo em São Vicente ainda é aguardada

Diáio do Litoral percorreu diversos bairros e constatou pilhas de detritos, além da insatisfação dos moradores

1 MAR 2015 • POR • 10h03

Não precisa andar muito pelas ruas de São Vicente para constatar que a cidade vive uma crise em relação ao lixo. Em diversos bairros, a situação é a mesma. Pilhas de detritos estão espalhadas pelas ruas e calçadas vicentinas.

A Reportagem do Diário de Litoral percorreu seis bairros do município. Em todos os locais, fomos abordados por moradores. No cruzamento das ruas Dom Lara e Armando Sales de Oliveira, na Vila Valença, um senhor disse “tem que mostrar, mesmo! Isso está uma vergonha”, ao se referir a detritos e entulho acumulados no local.

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Na Avenida Nações Unidas, na Vila Margarida, uma cena comum aos olhos de quem passa pelo local todos os dias. Os latões de lixo no canteiro central não comportam a quantidade de lixo produzida. Sendo assim, as pessoas começam a deixar o lixo em volta, formando montes que separam as pistas. Situação parecida é encontrada na Rua Japão, no Parque Bitaru. Na Rua Japão, em vários pontos é possível encontrar pilhas de detritos.

Já no Catiapoã, Roberto Silva acabou despejando móveis antigos na rua. Sem espaço em casa, ele ligou para o serviço de Cata- Treco da Prefeitura de São Vicente. “Eu liguei, pedi para eles buscarem, só que eles disseram que a retirada será feita, no mínimo, após 15 dias. Para tudo são 15 dias”.

O cenário também é complicado no Parque São Vicente. Não existe calçada no lado direito da Rua Bolívia. Tudo foi tomado pelos detritos, que vão de lixo orgânico a pneus de caminhão, espalhados por um quarteirão. “Essa situação está assim há mais de um mês. A pilha era menor. Diminuiu um pouco porque tacaram fogo”, explicou uma moradora, que não quis se identificar. Outra munícipe contou sobre os problemas enfrentados. “Eu me preocupo porque nós temos crianças pequenas, que não sabem o que fazem e podem se machucar no meio desse lixo. Um dia veio um homem jogar um armário aí. Quando pedi para ele não fazer isso, quase acabei apanhando”, relatou.

O lixo também prejudica o comércio. Na Avenida Capitão Luiz Horneaux, no Jardim Guassu, uma grande quantidade de detritos pode ser encontrada ao lado de duas oficinas mecânicas. “É complicado demais. As pessoas precisam ir para o meio da avenida para passar por aqui. O lixo acabou até virando um ponto de referência. É um mau-cheiro grande”, comentou o mecânico Roberto Nascimento. “Tem um cego que passa por aqui todo dia e que precisa da ajuda das pessoas para passar por causa desse lixo todo”, completou.

Revoltado com a situação, o também mecânico Alex Santos Simões cobra a Prefeitura. “Tem que chamar o Bili para vir aqui recolher esse lixo todo. Isso é um absurdo. Temos que trabalhar com máscara para aguentar esse cheiro. Sem contar que aparecem moradores de rua por aqui e colocam fogo nessa pilha. Um dia o fogo subiu, quase atingiu a fiação e por pouco não chegou no carro de um cliente”.

Resposta

Questionada sobre a situação do lixo, a Prefeitura respondeu que a solução seria a regularização de outra área para o transbordo. Por meio da Companhia de Desenvolvimento de São Vicente (Codesavi), a Administração garantiu que o recolhimento do lixo está sendo feito em toda a Cidade, devido à interdição do Parque Ambiental do Sambaiatuba, em janeiro, a operação tornou-se morosa.

A Prefeitura esclareceu que os próprios veículos que recolhem os detritos transportam o lixo diretamente para o aterro sanitário do Sítio das Neves, na Área Continental de Santos, o que torna a coleta mais lenta. Em média, são necessárias cinco horas entre coleta, transporte ao aterro sanitário e retorno. Ela ressalta que a situação irá se normalizar assim que outra área para transbordo for licenciada pela Cetesb.

Apesar dessa posição, a Codesavi também estuda manter o envio direto dos detritos para o Sítio das Neves. Assim que os detalhes da nova operação forem concretizados, a companhia irá se manifestar sobre o assunto.