"Corruptor e corrupto são igualmente culpados", diz juiz da Lava Jato

O entendimento de Sérgio Moro está em despacho no qual ele refutou as alegações de falta de provas e ilegalidades na investigação dos executivos da empreiteira Mendes Júnior

10 FEV 2015 • POR • 17h26

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, disse hoje (10) que agentes públicos e privados são "igualmente culpados" pelos esquemas de corrupção. Moro entende que há uma "simbiose ilícita entre corrupto e corruptor".

O entendimento do juiz está em despacho no qual ele refutou as alegações de falta de provas e ilegalidades na ação penal aberta para investigar os executivos da empreiteira Mendes Júnior.

Leia Também

Redução de pressão e bônus equivalem a rodízio, diz Alckmin

Alckmin culpa PIB 'zero' por queda de popularidade

Pastor italiano pede reza por Henrique Pizzolato às vésperas de julgamento

Governo terá muito trabalho para reverter imagem negativa, diz especialista

Cunha e Renan se reunirão nesta tarde para discutir pauta do Congresso

A argumentação do juiz derruba as alegações de parte dos executivos, que afirmaram ter sido obrigados pelos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque a pagar propina para obter contratos com a estatal.

Segundo as empresas, se os valores indevidos não fossem pagos, seriam colocadas barreiras para impedir pagamentos e novas chamadas para participação nas obras da empresa.

"A tese da denúncia é que se trata de crime de corrupção, no qual ambos, corruptor e corrupto, são igualmente culpados. Na corrupção, há uma simbiose ilícita entre corrupto e corruptor. Na corrupção, não há como transferir a culpa de um para o outro. Não se trata de demonizar o setor privado ou o setor público. Em ambos os lados, há responsáveis", disse o juiz.