Egito condena 230 à prisão perpétua, incluindo líder ativista

Entre os sentenciados está Ahmed Douma, ativista secularista que já cumpre outra sentença de três anos por desrespeitar a lei que regula protestos no país

4 FEV 2015 • POR • 15h47

Um corte egípcia condenou hoje 230 pessoas à prisão perpétua, pela suposta participação em confrontos entre manifestantes e a polícia em 2011. Entre os sentenciados está Ahmed Douma, ativista secularista que já cumpre outra sentença de três anos por desrespeitar a lei que regula protestos no país

Todos foram julgados in absentia, exceto Douma. Outras 30 pessoas, todas menores de idade, foram sentenciadas a 10 anos de prisão. Na época, eles participavam dos protestos que acabaram com a derrocada do regime de Hosni Mubarak.

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Ao ouvir o veredicto, Douma bateu palmas, em sinal de escárnio. A reação do juiz Mohammed Nagi Shehata foi imediata. "Estamos na Praça Tahrir, por acaso? Você bate palmas para mim? Mostre algum respeito nesta seção (...) não diga mais nada ou eu te sentencio a mais três anos."

"Tenho respeito por mim mesmo", respondeu Duma.

A corte que sentenciou 230 pessoas hoje foi a mesma que condenou três jornalistas da Al-Jazeera a sete anos de prisão. No começo da semana, Shehata sentenciou 183 supostos apoiadores do ex-presidente Mustafa Morsi à pena de morte, pelo assassinato de 15 policiais em uma estação de trem em 2013.

"A rigorosidade da sentença não é uma surpresa para nós, uma vez que a corte se baseia em motivos pessoais e políticos. Suas ações mostram o grau de imparcialidade do Judiciário no Egito", afirmou o advogado de Douma, Mohammed Abdel-Aziz.