Mantega não se compromete a cumprir meta de superávit

O ministro da Fazenda destacou que o governo tem feito primários há muito tempo, mas que este ano a situação está mais difícil

3 SET 2014 • POR • 20h25

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, não se comprometeu com o cumprimento da meta de superávit primário em 2014, de R$ 99 bilhões para todo o setor público. Em entrevista concedida nesta quarta-feira, 03, à Globonews, o ministro destacou que o governo tem feito primários há muito tempo, mas que este ano a situação está mais difícil. "Mas faremos um primário, estaremos sempre no positivo, com alguma poupança, mas nós também temos que fazer correção de rota", disse.

Ele voltou a traçar um cenário de otimismo sobre a recuperação da economia brasileira no segundo semestre deste ano. Ele disse que o baixo desempenho da economia no primeiro semestre é consequência também do menor número de dias úteis em junho por conta da Copa, quando o comércio vendeu menos e a produção industrial foi mais baixa. "Junho foi o ápice dos feriados", justificou. Mantega destacou que a produção industrial voltou a crescer em julho. "Há uma recuperação geral, de todas as atividades", disse. "Essa recuperação deve se manter ao longo do tempo", previu.

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O ministro disse que a indústria é o setor que mais sofre com a crise internacional, mas ele acredita que, na medida em que há uma melhora da economia internacional, haverá uma recuperação da economia no Brasil. Mantega disse que os Estados Unidos já dão sinais de recuperação e que espera que a Argentina também mostre uma evolução mais positiva. Ele ainda enxerga sinais tímidos de melhoria na Europa. "Vai haver recuperação", afirmou. "Temos certeza que a crise determina uma boa parte dos nossos problemas", afirmou.

Mantega disse também que não se pode comparar o crescimento do Brasil com outros países da América Latina que estão com uma expansão maior. "Não dá para comparar Brasil com países pequenos que são só exportadores de commodities. Mas mesmo assim todos os países desaceleraram", disse, citando Chile e México. "O Brasil mantém o vigor que outras economias não têm", continuou. O ministro lembrou que o País continua atraindo Investimentos Estrangeiros Diretos (IED). "O Brasil é um dos (países) que mais atraem e continuam atraindo IED. Os investidores acreditam no Brasil", afirmou.

O ministro ainda traçou um cenário mais benigno para inflação. "Ela está sob controle. Em julho, o IPCA veio próximo de zero. A inflação está mais calma", disse, citando o setor de alimentos.

Mantega voltou a repetir que todo ano tem reajuste de gasolina, "um ou dois ao longo do ano" e que não será diferente em 2014, mesmo em ano eleitoral. "Não posso dizer quanto e quando", disse.