Em 12 horas, chove no Recife o equivalente a 11 dias

Na capital foi registrado o índice de 140 milímetros em 12 horas (das 4 horas às 16 horas), o que corresponde à média histórica de 11 dias de chuvas para o período

26 JUN 2014 • POR • 20h25

Ruas alagadas, trânsito caótico, deslizamentos de barreiras foram alguns dos transtornos enfrentados nesta quinta-feira, 26, no Recife e região metropolitana devido a fortes e intensas chuvas. Na capital foi registrado o índice de 140 milímetros em 12 horas (das 4 horas às 16 horas), o que corresponde à média histórica de 11 dias de chuvas para o período. Na área metropolitana choveu em 24 horas (das 11 horas desta quarta às 11 horas desta quinta) o equivalente a 30% do total previsto para todo o mês de junho - 122 milímetros.

Para o setor de meteorologia da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) a ocorrência é considerada "normal" neste período do ano, quando as chuvas costumam cair, de forma intensa e em curto espaço de tempo, pelo menos uma vez ao ano. Até o início da noite desta quinta, foram registradas, no Recife, 283 ocorrências, entre deslizamentos de terra, transbordamento de canais, solicitações de vistorias técnicas e de reposição de lonas plásticas.

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Também ocorreram, de acordo com balanço da defesa civil da capital, 89 deslizamentos de terra sem feridos em oito bairros e 15 famílias foram encaminhadas para casas de parentes. Devido ao transbordamento do Rio Beberibe, que passa ao norte da cidade, 30 famílias da comunidade Campina do Barreto foram alojadas em uma escola municipal.

Os transtornos foram vivenciados por quem teve suas casas alagadas pela água em bairros como Cordeiro, na zona oeste da cidade, mas também por quem mora em prédios. A empresária Elk Barreto Silva mora no 14º andar de um edifício no bairro de Boa Viagem, na zona sul. "Além do elevador ter parado porque entrou água no poço, quem ousa sair tem de andar com água cobrindo as pernas", relatou ela, contrariada pela impossibilidade de participar do último dia do projeto "Brasil Orgânico Sustentável", que acontece nas cidades sede dos jogos da primeira fase do Mundial. "Estou ilhada".

Representante da cachaça orgânica Sanhaçu, no município de Gravatá, no agreste, ela estima ter perdido cerca de R$ 1 mil - a média diária de vendas. A empresa oferecia seus produtos em um contêiner instalado no bairro do Recife Antigo, no qual dividia o espaço com outros produtores orgânicos de todo o País. "O projeto atraiu muita gente, as vendas vinham sendo muito boas", disse ela.

Na vizinha cidade de Olinda, uma mulher e duas crianças foram atingidas por um muro que desabou devido às chuvas quando dormiam e atendidas em uma Unidade de Pronto Atendimento. Uma das crianças precisou engessar a perna, mas todos receberam alta

A mobilidade não ficou ainda pior devido às férias escolares e à folga do funcionalismo público em dia de jogos na Arena Pernambuco, onde Alemanha e Estados Unidos se enfrentaram no início da tarde.

A previsão da meteorologia é de que as chuvas continuem.