Blatter pede fim de todos os confrontos durante a Copa

O presidente da Fifa lançou o pedido, insistindo que "o mundo perturbado" precisava receber as "emoções do futebol"

10 JUN 2014 • POR • 20h33

Diante de manifestações, protestos e greves, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, apela para que todos os confrontos sejam suspensos durante a Copa do Mundo. Na abertura do congresso anual da entidade, Blatter lançou o pedido, insistindo que "o mundo perturbado" precisava receber as "emoções do futebol". O evento foi totalmente esvaziado pela classe política brasileira, que deixou a Fifa praticamente sozinha em seu maior evento político do ano.

Nesta terça-feira, em São Paulo, a entidade abriu seu congresso anual. Mas o clima de crise interna na Fifa, os protestos, e a ausência das autoridades políticas e até mesmo de craques abafavam o som de samba da festa montada pelos organizadores. Blatter, por sua vez, pediu que os convidados apenas aproveitassem a Copa e que deixassem "as discussões" para outro dia. O cartola pediu "respeito" e que, durante o evento, "todas as atividades beligerantes parem para ver o futebol e para que se construa pontes".

Leia Também

Bósnia promete marcação dupla em Messi e prepara retranca contra a Argentina

Time da Costa Rica está quase definido, diz técnico

Felipão repete seu time ideal em treino sob chuva em Teresópolis

Presidente de honra da Fifa, João Havelange tem alta hospitalar

Declaração de Pelé sobre o Chile animou os torcedores, diz cônsul

Na Fifa, as manifestações no Brasil são consideradas como a maior ameaça à Copa. A greve dos metroviários em São Paulo, nos últimos dias, deixou a entidade alarmada e o temor é de que novos protestos ocorram a partir de quarta-feira.

Em uma mensagem enviada pela presidente Dilma Rousseff, ela garantiu que "o Brasil está pronto para a Copa das Copas". Mas o único representante do governo federal foi Aldo Rebelo, ministro do Esporte. Nem o governador Geraldo Alckmin e nem o prefeito Fernando Haddad estiveram no evento. Apesar de o Mundial ocorrer em doze sedes, apenas o governador do Distrito Federal, Agnello Queiroz, esteve presente.

As baixas no lado do futebol também foram importantes e, entre os ex-craques brasileiros, Ronaldo era um dos poucos na sala. João Havelange, ex-presidente da Fifa, também não apareceu. Além de ter sido internado nesta semana por uma gripe, o ex-cartola abandonou a Fifa depois de um escândalo de corrupção.

Rebelo, que leu uma mensagem da presidente Dilma Rousseff, repetiu o mantra do governo de que a Copa deixará um legado de infraestrutura "moderna" para a população. "Trabalhamos pela Copa, tanto quanto queremos ganhá-la", disse.

Mas ela ainda mandou um recado ao mundo do futebol, criticando seleções que nacionalizam jogadores brasileiros para atuar por seus times. "O Brasil tem consciência de que deu uma enorme contribuição para que o futebol seja o esporte mais popular do planeta", disse.

"Nossos craques povoam os campos do mundo, a peso de ouro a ponto que países os nacionalizam para suas seleções. Isso já causa preocupação e merece atenção do presidente Blatter", disse a mensagem de Dilma, lida por Aldo Rebelo.

Se os políticos evitam Blatter, o cartola suíço e candidato a um novo mandato como presidente em 2015 ganhou um cabo eleitoral de peso: Fernanda Lima. A apresentadora, que uma vez mais chamou a atenção em um evento da Fifa, não economizou elogios ao presidente da Fifa. "Ele conduziu com sucesso a Fifa desde 1998", declarou a modelo.