Perigo: o que está acontecendo com o Sol?

Explosões solares estão mais intensas e perigosas, podendo afetar a Terra de maneira irreversível.

19 JAN 2013 • POR • 12h23

Importante para todos os seres vivos – desde os vegetais até nós, seres humanos – o sol é visto hoje como grande vilão por diversos especialistas. Explosões solares estão mais intensas e perigosas, podendo afetar a Terra de maneira irreversível.

A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) prevê uma tempestade solar de grande intensidade para maio de 2013. Se a previsão for realmente certeira, o vento solar poderá prejudicar sistemas de telecomunicações como a TV e internet, além dos de energia. Para se ter uma ideia o prejuízo seria 20 vezes maior que os causados pelo furacão Katrina, que atingiu os Estados Unidos (EUA) em 2005.

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O físico Marildo Pereira, mestre e doutor em astrofí sica estelar pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) explica que o Sol é uma estrela bastante ativa e que a força gerada pelas suas explosões “geram feixes de partículas impulsionados a velocidades altíssimas, que podem causar estragos signifi cativos nas linhas de energia elétrica e de telecomunicações da Terra”.

As explosões solares ocorrem em todas as regiões do Sol e nossa estrela está em constante movimento de rotação, o que pode signifi car uma maior proteção ao nosso planeta. “Todavia isso não quer dizer que essas explosões não possam afetar drasticamente a Terra”, lembra o fí sico.

“Não podemos esquecer que em 1989 metade do território do Canadá fi cou sem energia elétrica e sem telefonia por satélite devido à entrada de partículas através dos polos. Dizer que a Terra está livre de efeitos mais graves é um erro”, salienta.

O 24º ciclo solar terá seu pico entre o fi m de 2012 passado e maio de 2013, quando modelos de heliofí sica, que estuda os fenômenos solares citam uma grande explosão solar. A alta incidência de auroras boreais (na zona do Polo Norte) e austrais (na região do Polo Sul) indica um aumento de partículas oriundas do Sol.

Entenda como ocorrem as explosões solares

O Sol tem toda sua energia sendo gerada no núcleo, com temperaturas que alcançam 15 milhões de graus centígrados. Com fusões nucleares, 5 milhões de toneladas de energia são geradas, junto com um magnetismo intenso. São esses enormes campos magnéticos que criam curvas sobre a superfí cie solar, que são esticadas e distorcidas em todos os sentidos de maneira irregular.

Quando as curvas colidem, um curto-circuito ocorre e faz com que toda a energia seja liberada. O ciclo magnético solar é de 22 anos, com manchas que atingem seu ápice a cada 11 anos. O fenômeno, chamado de “Máximo Solar”, permite que aumentem bastante as chances de ocorrer uma tempestade.

Colapso de energia

Intitulado como “Ameaças meteorologia espaço: consequências econômicas e sociais”, o relatório da NASA - publicado em 2009 – afi rma que o sol irá produzir uma série de explosões que resultariam em uma “supertempestade geomagnética”, o que “deixaria toda a humanidade indefesa”.

A força da explosão seria tão grande que a maioria dos geradores e transformadores poderiam desligar ou até derreter. Os reparos poderiam levar horas, dias, meses e até anos. É o que diz o relatório

“Esta é uma situação normal, quando erupções solares são acompanhadas por uma descarga de plasma”, diz Nikolai Chugai, da Academia Russa de Ciências.

É possível imaginarmos a Terra e a sociedade atual sem o uso da internet? Grandes e pequenas empresas sem energia elétrica? Nossas geladeiras sem funcionamento, o que nos impediria de armazenar alimentos (como carne e frango, por exemplo)? E as escolas e hospitais? O trânsito e suas sinalizações? Atravessaríamos um colapso sem precedentes.