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Suspeito de integrar ETA ficará preso em presídio do Rio

O suspeito morava com a mulher e o filho (ambos também espanhóis) na zona sul do Rio de Janeiro.

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 18/01/2013 às 21:32

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O suspeito de integrar o grupo separatista basco ETA, preso hoje (18) pela Polícia Federal, morava com a mulher e o filho (ambos também espanhóis) na zona sul do Rio de Janeiro, onde trabalhava como tradutor e professor de espanhol. Segundo a Polícia Federal, o acusado será encaminhado a um presídio do Rio, provavelmente uma das unidades do Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste da cidade.

No país, o suspeito utilizava o nome de um outro espanhol, Aitor Julian Arechaga Echevarria, e por isso responderá no Brasil pelo crime de falsidade ideológica, que prevê reclusão de um a cinco anos de prisão, conforme o Artigo 304 do Código Penal brasileiro.

As informações foram dadas em entrevista coletiva pelo superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira. Na Espanha, Joseba Gotzon Vizán González, de 53 anos, era acusado da prática de um atentado terrorista, no qual a explosão de uma bomba deixou dois  policiais gravemente feridos, e da tentativa de um segundo atentado, que a polícia espanhola consegui impedir a tempo.

A prisão foi possível, segundo Oliveira, depois de entendimentos com a polícia espanhola que levaram à identificação do suspeito a partir da confirmação de suas impressões digitais. “Na prática  ele se refugiou no país para fugir das autoridades espanholas, na medida em que lá havia um processo criminal onde ele era acusado da prática de terrorismo. Há alguns meses atrás, nós fomos procurados pela polícia espanhola, que nos alertou da possibilidade de que ele estivesse residindo no país”.

Segundo o superintendente da Polícia Federal, a partir da confirmação da identidade do foragido por meio de impressão digital, a Polícia Federal intensificou as buscas nas últimas três semanas, quando foram identificados diversos endereços vinculados ao seu nome.

“Após confirmarmos em um desses endereços a sua residência, nos intensificamos a vigilância sobre o local, pois queríamos ter certeza da verdadeira identidade dele, o que foi confirmado por impressões digitais encaminhadas ao governo espanhol. A partir daí nós tivemos a tranquilidade necessária para efetuar a prisão”.

Valmir Lemos de Oliveira disse que o acusado desfrutava no Brasil de uma vida normal de pessoa de classe média. “Ele vivia nas condições de cidadão comum: professor, tradutor, casado, classe média, mas de forma muito simples e bastante discreta”.

O superintendente da Polícia Federal disse que o suspeito vivia no país desde 1996 e sempre de forma muito discreta. Disse ainda que o crime a que responde o suposto membro do ETA prescreveria na próxima semana.

“Essa questão da prescrição passa a ser um problema de ordem jurídica. Na medida em que ele foi preso e as autoridades espanholas informadas do fato, elas comunicarão ao Poder Judiciário do país e a prisão dele, em tese, interrompe a contagem desse prazo. A partir de então, eles irão adotar as medidas adequadas para que ele possa ser reconduzido à Espanha”.

Joseba Gotzon Vizán González estava foragido das autoridades espanholas há mais de 20 anos. O acusado tinha um mandado de prisão pela execução de ter colocado uma bomba no carro em que estavam agentes do Corpo Nacional da Policia que deixou gravemente ferido em 1988 o agente  Manuel Muñoz Domínguez.

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